O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiu um alerta sobre o potencial espalhamento silencioso da gripe aviária H5N1 entre humanos. Em um relatório publicado na última quinta-feira (13/02), o CDC revelou que três veterinários que atuam em áreas sem registros conhecidos do vírus testaram positivo para o H5N1, embora dois desses casos não apresentem uma fonte clara de exposição.
Embora nenhum dos veterinários tenha mostrado sintomas típicos de gripe e não haja evidências de transmissão entre seres humanos, os pesquisadores expressam preocupação sobre a possibilidade do vírus sofrer mutações que tornem essa transmissão mais fácil no futuro. O alerta surge após a realização de testes de anticorpos em 150 veterinários de 46 estados dos EUA, que indicaram uma possível disseminação do vírus em uma escala maior do que se pensava inicialmente.
Em um dos casos, o veterinário infectado trabalha com gado na Geórgia e na Carolina do Sul, onde não há registros de gripe aviária em rebanhos. Isso levanta a suspeita de que o vírus possa estar se espalhando de forma indetectável entre os animais e, possivelmente, entre os humanos. Além disso, a transmissão do H5N1 pelo leite de vaca foi confirmada por testes laboratoriais, o que levou as autoridades a recomendar a participação de todos os estados no programa nacional de testes de leite.
Em Nevada, recentemente, foi identificado o primeiro caso humano de infecção por H5N1, elevando o número total de infecções humanas nos Estados Unidos para 68. Uma nova variante do vírus, a D1.1, foi detectada, e ela parece ser mais adaptada às células de mamíferos, o que aumenta ainda mais as preocupações sobre uma possível adaptação do vírus para facilitar a transmissão entre pessoas.
Diante da situação, especialistas reforçam a importância de monitorar de perto a evolução do vírus. No entanto, atrasos na troca de informações entre agências de saúde dificultam a resposta coordenada para conter a disseminação. Como precaução, as autoridades sanitárias recomendam evitar o consumo de produtos lácteos crus, não alimentar animais com carne crua e adotar medidas de proteção ao lidar com animais possivelmente infectados. Em caso de sintomas como febre, sonolência ou dificuldades motoras nos animais, é essencial que os casos sejam rapidamente reportados às autoridades locais.