Com o aumento das temperaturas, que recentemente ultrapassaram os 40°C em várias regiões do país, a desidratação se tornou uma preocupação crescente para a saúde pública. Médicos apontam que as ondas de calor, comuns devido às mudanças climáticas, podem provocar sérios danos à saúde, especialmente em crianças e idosos, que são mais vulneráveis a essa condição.
A desidratação acontece quando o corpo perde mais líquidos do que ingere, comprometendo funções vitais. Embora o organismo humano consiga ficar por semanas sem alimentos, é possível que sobreviva apenas de dois a quatro dias sem água. Isso reforça a importância de uma hidratação constante, sobretudo em períodos de calor extremo.
Vulnerabilidade Aumentada em Crianças e Idosos
Especialistas no tema, ressaltam que crianças e idosos têm maior risco de desidratação devido a sistemas de regulação de temperatura e controle de líquidos mais fragilizados. “As crianças possuem uma grande quantidade de água no corpo, mas não conseguem reter líquidos de forma eficiente, o que as torna mais propensas à desidratação. Já os idosos enfrentam a dificuldade de perceber a sede, além de condições pré-existentes que comprometem a função renal, dificultando a reposição de líquidos”, explica.
Entre os principais sintomas de desidratação em crianças e idosos estão a boca seca persistente, sonolência excessiva, irritabilidade, diminuição do volume urinário e pele seca. Em casos mais graves, podem surgir desorientação e confusão mental. Nos pequenos, o choro incessante é um indicativo importante a ser observado.
Sinais em Adultos Saudáveis
Em adultos, os primeiros sintomas da desidratação incluem boca seca, cansaço, tontura, pele ressecada e diminuição do volume urinário. Segundo o médico Alisson, a cor da urina também é um bom indicador de hidratação. “A urina deve ser clara, o que significa que a pessoa está adequadamente hidratada. A falta de suor, em ambientes muito quentes, também é um alerta”, explica. O especialista ressalta que, ao identificar esses sinais, é essencial iniciar a hidratação de forma imediata e, se necessário, buscar ajuda médica.
Como se Proteger Durante a Onda de Calor
Para evitar a desidratação em períodos de calor intenso, especialistas orientam as seguintes medidas:
- Beba água regularmente ao longo do dia.
- Procure locais ventilados ou com ar-condicionado sempre que possível.
- Evite exposição solar nos horários mais quentes, entre 10h e 16h.
- Use roupas leves e de cores claras para manter o corpo fresco.
- Evite atividades físicas intensas durante o calor extremo.
- Consuma alimentos ricos em água, como frutas e vegetais, para ajudar na hidratação.
Quantidade Ideal de Água para Cada Faixa Etária
A quantidade recomendada de ingestão de líquidos varia de acordo com a idade e as condições climáticas:
- Adultos: Entre 30 a 35 ml de água por quilograma de peso corporal, com acréscimos conforme a prática de atividades físicas e a intensidade do calor.
- Crianças: Entre 1 a 1,5 litros por dia, com variação conforme a idade.
- Idosos: A ingestão diária deve ser semelhante à dos adultos, mas é importante estimular o consumo regular de líquidos, mesmo sem sede, devido à redução da percepção da necessidade de hidratação.
Como Reverter a Desidratação
No caso de desidratação leve, o tratamento inicial deve ser feito por meio da reposição hídrica oral. O médico Alisson recomenda beber água em pequenas quantidades e com frequência para repor os líquidos perdidos. “Soluções de reidratação oral também são eficazes, pois ajudam a repor os eletrólitos perdidos”, orienta. Além disso, é importante procurar ambientes frescos e consumir alimentos ricos em água, como frutas e vegetais.
Se os sintomas persistirem ou se agravarem, é fundamental procurar atendimento médico para evitar complicações mais graves.