Embora frequentemente confundida com a fome emocional, a compulsão alimentar é um transtorno mais complexo, podendo até se tornar crônico se não tratado adequadamente. Compreender a diferença entre essas duas condições é essencial para um diagnóstico preciso e para a escolha do tratamento correto.
Fome emocional ou compulsão alimentar
De acordo com o especialista em saúde mental, Guilherme, a fome emocional e a compulsão alimentar possuem características distintas. A fome emocional está relacionada a estados emocionais como estresse, solidão ou tristeza, e não a uma necessidade física de alimentos. Ela leva a pessoa a comer em excesso, mesmo quando não está fisicamente com fome, geralmente como uma forma de lidar com emoções negativas.
Por outro lado, a compulsão alimentar é caracterizada por episódios recorrentes de ingestão descontrolada de grandes quantidades de alimentos em um curto período. Durante esses episódios, o indivíduo sente que perdeu o controle sobre o que está comendo e, muitas vezes, continua a comer mesmo sem fome. Após o episódio, sentimentos de culpa e desconforto físico são comuns.
Causas da compulsão alimentar
A nutricionista Letícia explica que as causas da compulsão alimentar são multifacetadas, abrangendo fatores emocionais, psicológicos e biológicos. O estresse, a depressão, a baixa autoestima, dietas restritivas e desequilíbrios hormonais estão entre os principais gatilhos. Além disso, predisposição genética também pode contribuir para o desenvolvimento desse transtorno alimentar.
Para Guilherme, os transtornos alimentares geralmente surgem na adolescência ou na fase inicial da idade adulta, impactando a qualidade de vida. Ele aponta que esses transtornos podem ser estratégias disfuncionais que a pessoa utiliza para lidar com questões da vida, como mudanças no desenvolvimento pessoal, ansiedade ou conflitos interpessoais.
Tratamento da compulsão alimentar
A compulsão alimentar, embora complexa, é tratável. De acordo com Letícia, a condição tende a se tornar crônica, mas, com o tratamento adequado, muitos pacientes conseguem controlar os impulsos alimentares e levar uma vida mais equilibrada. Ela destaca a importância do acompanhamento contínuo, seja terapêutico ou nutricional, para evitar recaídas.
Guilherme, por sua vez, enfatiza a relevância da psicoterapia no tratamento de transtornos alimentares, pois esses distúrbios estão fortemente ligados a fatores emocionais. Ele também menciona o tratamento multidisciplinar como um caminho eficaz, envolvendo psicólogos, psiquiatras, nutricionistas e outros profissionais de saúde.