Estudo aponta que apenas uma garrafa de água entre 280 está livre de microplásticos

Reprodução: congerdesign/pixabay

Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Barcelona, na Espanha, revelou que, entre 280 amostras de água de 20 marcas comercializadas no país, apenas uma não apresentava microplásticos. A maioria das garrafas analisadas continha partículas plásticas em concentrações que podem ser prejudiciais à saúde humana.

Utilizando exames químicos e de imagem, os pesquisadores avaliaram a presença dessas partículas minúsculas, que variam de 0,7 a 20 micrômetros — tamanho cerca de dez vezes menor do que um grão de areia. A pesquisa indicou uma média de 359 nanogramas de microplásticos por litro de água, uma quantidade semelhante à observada em água da torneira em um estudo anterior realizado pelos mesmos pesquisadores.

Impactos Potenciais à Saúde

O estudo, segundo a pesquisadora Marinella, líder da pesquisa, representa um grande avanço no entendimento da contaminação por microplásticos, pois a técnica utilizada possibilita a quantificação de partículas de formatos e tamanhos variados, algo que outras abordagens não conseguem fazer. “Esse método é um grande avanço, pois conseguimos quantificar partículas de diferentes formatos e tamanhos extremamente pequenos”, explicou.

A pesquisa analisou garrafas de 500 ml e 1,5 litro de 20 marcas comerciais, e os resultados indicaram que, considerando o consumo médio de 2 litros de água por dia, um adulto pode ingerir cerca de 262 microgramas de microplásticos ao longo de um ano. Em 40 anos, isso corresponderia a duas tampas de garrafa PET de plástico ingeridas apenas com a água mineral.

Preocupação com a Contaminação por Microplásticos

Uma das grandes preocupações, destacada pelos pesquisadores, é a falta de limites internacionais para a quantidade segura de micro e nanoplásticos que podem ser ingeridos. “Não temos limites internacionais para a quantidade máxima segura de micro e nanoplásticos a serem ingeridos”, afirmou a pesquisadora Marta, que também participou do estudo.

Embora a maioria das amostras tenha mostrado a presença de microplásticos, apenas uma estava completamente livre de contaminação. O tereftalato de polietileno (PET), material predominante nas garrafas de água, foi o tipo de plástico mais frequentemente encontrado, detectado em 33% das amostras analisadas.

Químicos Prejudiciais nas Amostras

Além dos microplásticos, o estudo identificou 28 aditivos químicos presentes nas amostras, como estabilizadores e plastificantes, que são migrados do plástico para a água. A maioria dessas amostras apresentou concentrações abaixo de um micrograma. No entanto, esses compostos podem ser altamente tóxicos para a saúde humana. Dentre os mais preocupantes estão os plastificantes bis(2-etil-hexil) adipato e bis(2-etil-hexil) ftalato, que apresentam risco elevado à saúde e devem ser considerados em futuras análises de risco.

Marinella ressalta a necessidade urgente de estabelecer um limite seguro para a quantidade de plásticos na água, visto que, muitas vezes, a água engarrafada, considerada mais segura, pode não ser a melhor escolha em termos de saúde e impacto ambiental.

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