As escovas de dentes usadas podem abrigar uma ampla variedade de microrganismos, provenientes tanto da boca humana quanto do ambiente ao seu redor. Esse fator levanta um alerta sobre a necessidade de cuidados com a higiene desse item essencial à saúde bucal.
A evolução das escovas de dentes
A preocupação com a higiene bucal não é recente. Há registros de escovas rudimentares utilizadas pelos babilônios em 3.500 a.C., feitas de ramos de oliveira e eucalipto. O modelo com cerdas que conhecemos hoje teve origem na China, durante a Dinastia Tang (618-907), utilizando pelos de porco presos a cabos de osso ou bambu. O avanço tecnológico permitiu, em 1938, que a multinacional Dupont de Nemours introduzisse as cerdas de nylon, tornando a escova mais resistente, higiênica e eficiente na limpeza.
O risco da contaminação
Apesar de sua função de promover a higiene bucal, a escova de dentes pode se tornar um reservatório de bactérias e outros microrganismos. Estudos apontam a presença de patógenos como Streptococcus, Staphylococcus, Pseudomonas, Candida e Escherichia coli, que podem causar cáries, gengivite e até infecções mais graves.
A principal fonte de contaminação é o próprio ambiente onde a escova é armazenada, geralmente o banheiro. Os aerossóis gerados ao dar descarga podem carregar microrganismos que acabam depositados nas cerdas. Por isso, uma recomendação essencial é sempre abaixar a tampa do vaso sanitário antes de acioná-lo.
Higienização e armazenamento adequado
Além de evitar a contaminação pelo ambiente, alguns cuidados simples podem ajudar a manter a escova de dentes mais segura para o uso diário:
- Nunca compartilhar escovas de dentes, pois isso pode transmitir doenças como hepatite C e herpes simples.
- Enxaguar bem as cerdas após cada uso, removendo resíduos de pasta de dente e partículas orgânicas.
- Guardar a escova na posição vertical e em local ventilado para permitir a secagem ao ar livre. O armazenamento em recipientes fechados e úmidos favorece a proliferação de microrganismos.
- Substituir a escova de dentes a cada três ou quatro meses, ou antes, caso as cerdas estejam desgastadas, pois escovas velhas acumulam mais bactérias e são menos eficazes na remoção da placa bacteriana.
Um cuidado essencial
A cavidade oral abriga mais de 800 tipos de microrganismos, e muitos deles podem se alojar nas escovas de dentes. Portanto, manter hábitos corretos de higiene e armazenamento é fundamental para evitar a contaminação e garantir a saúde bucal. Afinal, uma escovação eficiente começa com uma escova bem cuidada.