Aplicativo desenvolvido na usp auxilia na reabilitação de pacientes com avc

Reprodução: Pexels/pixabay

Pesquisadores brasileiros da Universidade de São Paulo (USP) criaram um aplicativo inovador para auxiliar na reabilitação de pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). O aplicativo utiliza um sensor, o acelerômetro, integrado ao celular do usuário, que detecta a inclinação do dispositivo preso à roupa. Com isso, ele monitoriza a postura e orienta o paciente sobre como corrigir o alinhamento corporal por meio de comandos de voz, vibração ou imagens.

O foco do aplicativo é a reabilitação de pacientes com hemiparesia, uma das sequelas mais difíceis de tratar após o AVC, que também pode ocorrer devido a outras condições neurológicas, como esclerose múltipla, paralisia cerebral e alguns tipos de câncer. A hemiparesia causa paralisia parcial ou fraqueza muscular em um lado do corpo, além de dificuldades na percepção do corpo e no controle motor.

De acordo com os pesquisadores, a falta de percepção espacial e de sensibilidade faz com que o paciente perca a consciência de sua postura, o que pode resultar em quedas e dores musculares. Sem o controle adequado do tronco, tarefas cotidianas, como caminhar, cozinhar e até subir escadas, tornam-se desafiadoras. “O aplicativo visa restaurar a consciência corporal e ajudar no reaprendizado do controle motor, fundamentais para a funcionalidade dos membros superiores”, explicam os cientistas.

O software foi desenvolvido durante o doutorado de Olibário Machado Neto, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, com apoio da Fapesp. Durante o processo, a equipe conduziu entrevistas com fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, além de realizar testes com pacientes em reabilitação.

O aplicativo, além de gerar dados importantes sobre a hemiparesia, contribui para a melhora postural dos pacientes durante as sessões de fisioterapia. Com isso, permite que os terapeutas se concentrem em outras áreas do tratamento, aumentando a eficácia da reabilitação. A equipe também iniciou um estudo para verificar os efeitos do uso contínuo do app em casa.

Ao longo do desenvolvimento, foram criadas três versões do aplicativo. Inicialmente pensado como um dispositivo vestível, a equipe optou por simplificar o projeto e desenvolver uma tecnologia acessível, que utiliza smartphones de baixo custo. Em vez de criar roupas especiais, foram costurados bolsos em roupas como tops e regatas, onde o celular pode ser fixado diretamente no corpo do paciente.

O principal objetivo do projeto é disponibilizar o aplicativo gratuitamente, aproveitando os dados coletados para ampliar o conhecimento sobre a hemiparesia. “Precisamos de colaboração para manter o aplicativo atualizado, o que exige investimento de tempo e recursos financeiros”, afirmam os pesquisadores.

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