O casal de influenciadores goianos, Paulo César Dias e Karine Gouveia, proprietários de uma clínica de estética em Goiânia, está sendo investigado por realizar procedimentos ilegais utilizando substâncias proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com as denúncias, mais de 70 pacientes teriam sido submetidos ao uso de óleo de silicone e polimetilmetacrilato (PMMA) para preenchimentos estéticos, o que resultou em deformações graves.
O PMMA, um tipo de plástico utilizado para preenchimentos, é amplamente reconhecido pelos riscos associados ao seu uso. Ao contrário do ácido hialurônico e do colágeno, o PMMA não é absorvido pelo corpo e pode ser alvo do sistema imunológico, provocando sérias complicações. Entre os efeitos adversos mais comuns estão a formação de nódulos, inflamações, infecções e danos ao sistema vascular. Além disso, complicações mais graves, como insuficiência renal e até a morte, podem ocorrer, principalmente em casos de infecções generalizadas.
Uma das maiores preocupações com o uso do PMMA é a sua tendência de migração dentro do corpo, o que pode afetar áreas sensíveis, como os nervos. Pacientes que se submeteram ao procedimento na clínica de Goiânia, como parte de um preenchimento estético, relataram a falta de informações sobre o tipo de substância utilizada. Entre os riscos conhecidos do PMMA estão deformações permanentes, necrose da pele, cegueira, embolia pulmonar, e comprometimento grave do sistema cardiovascular.
Outro produto em questão é o óleo de silicone, que também é altamente perigoso. O corpo humano não reconhece essa substância e, para se defender, cria nódulos e abcessos. O líquido pode se espalhar para outras partes do corpo, causando inflamações e infecções, além de riscos de morte, como no caso do PMMA. A remoção do óleo de silicone também é um processo extremamente difícil, já que a substância tende a se fixar nos tecidos, o que pode exigir intervenções cirúrgicas invasivas para a retirada de pele e músculos afetados.
A Polícia Civil de Goiás revelou que a clínica do casal estava registrada para realizar apenas procedimentos minimamente invasivos, mas os influenciadores estariam utilizando materiais e equipamentos inadequados, colocando em risco a saúde de seus pacientes. Até o momento, mais de 70 pessoas se tornaram vítimas do uso irregular dessas substâncias, com sequelas irreversíveis e condições de saúde gravemente comprometidas.