Exercícios aeróbicos podem ser aliados na prevenção do alzheimer, aponta estudo

Reprodução: ghasoub/pixabay

Um estudo recente revelou que a prática regular de exercícios aeróbicos pode ter um papel fundamental na proteção do cérebro contra o desenvolvimento do Alzheimer, além de contribuir para o restabelecimento do equilíbrio celular que tende a ser afetado com o avanço da idade. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi publicada recentemente no periódico Brain Research.

O experimento analisou o impacto da atividade física em dez ratos idosos, divididos em dois grupos: enquanto metade dos animais foi submetida a um regime de corrida em esteira cinco vezes por semana durante dois meses, os demais permaneceram sedentários. Ao final do período, os pesquisadores examinaram amostras de tecido da região do hipocampo, área do cérebro diretamente ligada à memória e ao aprendizado.

Os resultados apontaram que os animais fisicamente ativos apresentaram reduções significativas nos principais marcadores da doença: a proteína TAU teve uma queda de 63%, enquanto os depósitos de beta-amiloide, conhecidos por degradar neurônios, diminuíram em 76%. O estudo também indicou uma menor acumulação de ferro, substância que, em excesso, pode levar à morte dos oligodendrócitos, células essenciais para a produção de mielina, que protege os nervos e facilita a transmissão de impulsos elétricos.

Os cientistas observaram ainda que os animais que praticaram exercícios apresentaram um maior número dessas células protetoras, menor grau de inflamação cerebral e melhores condições para a comunicação entre os neurônios.

O impacto positivo da atividade física em pacientes com Alzheimer já é conhecido, mas o estudo reforça que tanto os exercícios aeróbicos quanto o treinamento de força desempenham um papel relevante na prevenção da doença. “O exercício físico tem efeitos benéficos no Alzheimer, pois reduz a inflamação crônica associada ao envelhecimento, ajuda a preservar a mielina, regula os níveis de ferro no cérebro e reduz a presença de moléculas patológicas ligadas à doença”, explica um dos autores do estudo.

Especialistas ressaltam que incluir a prática de atividades físicas na rotina pode reduzir o risco de declínio cognitivo e retardar a progressão da doença. Segundo o pesquisador Robson Brendo, que também é especialista em fisiologia do exercício, o treinamento de força é igualmente importante, pois eleva os níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), favorecendo a neuroplasticidade e protegendo contra o declínio cognitivo.

Brendo recomenda que quem já tem o costume de treinar pode realizar atividades aeróbicas até seis vezes por semana. “O ideal é praticar ao menos três dias de exercícios aeróbicos em dias alternados. Para aqueles que não possuem hábito de treinar, o mais indicado é passar por uma avaliação física para determinar a frequência e a intensidade adequadas”, orienta o especialista.

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