Estudo revela que consumo de bebidas açucaradas pode aumentar risco de câncer de boca

Reprodução: Foto/freepik

Um novo estudo, publicado na última quinta-feira (13/03) no JAMA Otorrinolaringologia–Cirurgia de Cabeça e Pescoço, aponta que o consumo diário de apenas uma lata de refrigerante adoçado pode elevar em até cinco vezes o risco de desenvolvimento de câncer de boca. A pesquisa foi realizada por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

De acordo com os pesquisadores, o hábito de consumir bebidas açucaradas pode resultar em um aumento de até três novos casos de câncer de boca para cada 100 mil pessoas ao longo do tempo. Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou dados de saúde de mais de 160 mil mulheres, identificando que aquelas que consumiam bebidas adoçadas com frequência estavam significativamente mais propensas a desenvolver a doença em comparação com as que ingeriam menos de uma bebida por mês.

O aumento do risco foi observado mesmo entre mulheres que não fumavam ou consumiam álcool regularmente, fatores tradicionalmente associados ao câncer de boca. Entre as participantes que reportaram o consumo diário de mais de uma bebida açucarada, o risco de câncer de boca foi 4,87 vezes maior em relação às que consumiam essas bebidas de forma esporádica. Para as não fumantes que consumiam bebidas adoçadas com frequência, o risco chegou a ser 5,46 vezes maior.

Possíveis causas e implicações para a saúde

Os cientistas sugerem que o xarope de milho rico em frutose, um adoçante comumente encontrado nas bebidas açucaradas, pode estar ligado ao aumento do risco. Este ingrediente é conhecido por estar relacionado a doenças gengivais e pode afetar o ambiente bucal, promovendo inflamações e alterações celulares que favorecem o desenvolvimento do câncer.

Embora o estudo tenha revelado uma correlação significativa, os pesquisadores destacam que os mecanismos exatos pelos quais as bebidas açucaradas podem contribuir para o câncer de boca ainda não são completamente compreendidos. Eles afirmam que mais investigações são necessárias para entender melhor essa relação.

Além disso, o estudo foi conduzido exclusivamente com mulheres, o que pode limitar a generalização dos resultados para outras populações. Os cientistas agora planejam ampliar a pesquisa para incluir um grupo mais diversificado, com o objetivo de confirmar os achados e aprofundar o entendimento sobre os impactos do consumo de bebidas açucaradas na saúde bucal.

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