Projeção de aumento de casos de câncer colorretal no Brasil até 2040

Reprodução: sasint/pixabay

Um estudo recente divulgado pela Fundação do Câncer nesta quinta-feira (27/03) aponta um aumento significativo no número de casos de câncer colorretal no Brasil até 2040. A pesquisa revela que o número de novos casos pode crescer 21% entre os anos de 2030 e 2040, com os maiores incrementos previstos para as regiões Centro-Oeste e Norte do país.

De acordo com a fundação, esse crescimento pode ser atribuído a uma combinação de fatores, como o envelhecimento da popu lação brasileira, a adesão insuficiente a hábitos saudáveis e a ausência de programas eficazes de rastreamento. O câncer colorretal, que afeta o cólon e o reto, é um dos tipos mais comuns de câncer, atingindo homens e mulheres ao redor do mundo.

No Brasil, não há um protocolo específico para o rastreamento da doença. Em contraste, países como os Estados Unidos e nações da Europa recomendam a realização de exames de colonoscopia a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade, para pessoas assintomáticas. A falta de rastreamento organizado no Brasil contribui para a alta incidência da doença, especialmente em indivíduos com mais de 50 anos, que representam a maior faixa etária em risco. A previsão é de que, em 2040, mais de 88% dos casos serão diagnosticados nessa faixa etária.

Crescimento Regional e Expectativas para o Futuro

O estudo também apresenta projeções detalhadas para a evolução da doença entre 2030 e 2040, com base em registros de câncer e informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa indica que, até 2040, o número de casos no Brasil deverá passar de 58.830 para 71.050, representando um aumento de aproximadamente 21%.

As regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil são as que devem registrar os maiores aumentos, com crescimentos estimados em 32,7% e 31,13%, respectivamente. O Sudeste, embora tenha o menor crescimento percentual, verá um aumento significativo, passando de 32.410 casos em 2030 para 38.210 em 2040.

Desafios no Rastreamento e Diagnóstico Precoce

Apesar de a incidência do câncer colorretal ser semelhante entre homens e mulheres, o estudo aponta que, nas regiões Centro-Oeste e Sul, os homens apresentam taxas ligeiramente superiores. A Fundação do Câncer destaca a necessidade urgente de políticas públicas adaptadas às realidades regionais, com foco na expansão de programas de rastreamento. Tais programas são essenciais para a detecção precoce da doença e para a redução da mortalidade.

A fundação ressalta que a detecção precoce, por meio de exames como a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes, é uma medida crucial para combater a doença. No entanto, a implementação de um rastreamento populacional organizado ainda enfrenta desafios significativos no Brasil, especialmente em países de baixa e média renda, onde problemas como infraestrutura inadequada e dificuldades de acesso aos exames são comuns.

Estratégias para Reduzir o Impacto

Além da regionalização das políticas de saúde, a Fundação do Câncer também defende a redução das desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer colorretal. A melhoria no acesso a exames e tratamentos deve ser acompanhada de ações focadas na mudança de hábitos, como uma alimentação mais saudável, maior prática de atividades físicas e a redução de fatores de risco, como o tabagismo e o consumo excessivo de carne processada.

Fonte: Agência Brasil

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