Em um evento que reuniu especialistas, gestores e movimentos sociais, a I Oficina Nacional Mais Vida no Trabalho foi realizada com o objetivo de fortalecer as ações do Programa Nacional de Prevenção aos Acidentes de Trabalho Fatais. A oficina, promovida pela Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador (CGSAT), aconteceu em Brasília e contou com a presença de profissionais dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), representantes de movimentos sociais e sindicais, além de integrantes do Conselho Nacional de Saúde e pesquisadores da área.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DVSAT), Agnes Soares, abriu o evento destacando a importância do tema: “Quando falamos da saúde do trabalhador e da trabalhadora, não estamos falando de um problema marginal, e sim de um problema central”, enfatizou. O evento serviu como um espaço para discutir, de forma integrada com estados e municípios, a estrutura e as ações do programa, com foco em promover a saúde e segurança no ambiente profissional.
Prevenção de Acidentes e Fortalecimento da Saúde no Trabalho
No Brasil, são registrados cerca de 7 milhões de acidentes de trabalho anualmente, resultando em aproximadamente 26 mil mortes evitáveis. Em nível global, estima-se que 8 mil pessoas morram por dia devido a causas relacionadas ao trabalho, com 885 delas sendo vítimas de acidentes laborais. Esses números alarmantes ressaltam a necessidade urgente de ações eficazes para prevenir acidentes e fortalecer a segurança nas condições de trabalho.
O Programa Mais Vida no Trabalho (PMVT) tem como principal objetivo a detecção precoce de óbitos relacionados ao trabalho, permitindo intervenções mais eficazes para mitigar os riscos. O programa também visa promover a saúde dos trabalhadores, prevenir novos casos de acidentes, reduzir a subnotificação de ocorrências e qualificar os registros, além de articular ações em diferentes setores para uma abordagem mais eficiente. Outro ponto fundamental do PMVT é o fortalecimento da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), criando uma rede de proteção mais integrada e acessível.
Luís Henrique Leão, coordenador-geral da CGSAT, reforçou a gravidade da situação: “A saúde do trabalhador é a defesa da vida e do SUS. O Brasil ocupa a 4ª posição no ranking mundial de mortes de trabalhadores, um dado que deveria gerar indignação, pois essas mortes são preveníveis e evitáveis. Não podemos aceitar discursos que naturalizam essa perda, deixando a morte invisível. A política de saúde do trabalhador existe para proteger, produzir e ampliar a vida humana. Queremos mais vida no trabalho, porque trabalhar não pode significar adoecer ou morrer”, afirmou.