Dinamarca pode erradicar o câncer do colo do útero até 2040; Brasil segue distante da meta da OMS

Reprodução:Van3ssa/pixabay

A Dinamarca está prestes a se tornar o primeiro país do mundo a eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14/04) pela Liga Dinamarquesa contra o Câncer, que destacou a alta adesão às campanhas de vacinação contra o HPV e ao rastreamento preventivo como os principais responsáveis pela conquista.

“Mesmo antes de 2040, o número de casos pode ser tão baixo que a doença poderá ser considerada erradicada”, afirmou a entidade. De acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer do colo do útero é considerado eliminado quando a taxa de incidência é inferior a 4 casos por 100 mil mulheres. Atualmente, a Dinamarca já registra menos de 10 casos por 100 mil.

Vacinação em alta e rastreamento em alerta

O grande avanço dinamarquês se deve, em grande parte, à ampla cobertura vacinal contra o HPV. Segundo dados recentes, 89% das meninas e meninos de 12 anos já receberam a primeira dose da vacina — número muito próximo da meta de 90% estipulada pela OMS.

A imunização é gratuita e passou a fazer parte do calendário nacional em 2008/2009 para meninas e, desde 2019, também está disponível para meninos. No entanto, o rastreamento preventivo ainda enfrenta obstáculos: cerca de 60% das mulheres participam dos exames de rotina, abaixo dos 70% considerados ideais pelas autoridades de saúde do país.

A Suécia, por sua vez, é ainda mais ambiciosa. Os Centros Regionais de Oncologia suecos estimam que o país possa erradicar a doença já em 2027.

Brasil em ritmo lento

Enquanto países europeus avançam na prevenção, o Brasil caminha em ritmo lento. O câncer do colo do útero continua sendo o terceiro tipo de tumor mais comum entre mulheres brasileiras. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima mais de 17 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025.

A expectativa é de que, pela primeira vez, o país ultrapasse a marca de 7 mil mortes anuais por esse tipo de câncer em 2025. Em 2022, último dado disponível, 6.983 mulheres morreram em decorrência da doença — um aumento de quase 300 casos em relação ao ano anterior. O impacto da pandemia da Covid-19, que atrasou diagnósticos e tratamentos, é apontado como uma das causas dessa alta.

A taxa de vacinação entre meninas brasileiras contra o HPV ainda está distante do ideal. Estima-se que cerca de 60% estejam vacinadas, bem abaixo da meta de 90% definida pela OMS.

Uma doença evitável

O câncer do colo do útero é causado, na maioria dos casos, pela infecção pelo papilomavírus humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível. A infecção pode provocar alterações nas células do colo do útero que, se não forem detectadas e tratadas precocemente, podem evoluir para o câncer.

Apesar de prevenível e tratável, o acesso limitado à vacina e a baixa cobertura de exames preventivos como o Papanicolau ainda são entraves no Brasil. O desafio é fortalecer políticas públicas, ampliar o alcance das campanhas de vacinação e garantir que mais mulheres tenham acesso ao diagnóstico precoce.

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