Amapá intensifica vacinação contra o sarampo e mobiliza equipes em busca ativa no Oiapoque

Reprodução: Foto/MS

Diante do aumento de casos de sarampo nas Américas, o Amapá iniciou uma ofensiva estratégica para evitar que o vírus volte a circular no Brasil. A ação, que conta com o apoio do Ministério da Saúde, acontece principalmente no município de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, e envolve uma varredura vacinal casa a casa, com foco em pessoas que ainda não se imunizaram contra a doença.

Durante uma semana, agentes de saúde percorrem bairros, comunidades rurais e regiões ribeirinhas com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal e proteger a população local. A movimentação busca prevenir uma possível reintrodução do vírus, que embora erradicado no Brasil, ainda circula em outros países do continente.

“O trabalho realizado ao longo dos anos, com amplas campanhas de vacinação e vigilância ativa, foi fundamental para eliminar o sarampo do nosso território. Mas é preciso seguir atentos”, reforça Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), que acompanha de perto a mobilização no Oiapoque.

O Brasil recebeu nova certificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em novembro de 2024, confirmando a eliminação da doença no país. Ainda assim, o risco de reintrodução se mantém, especialmente em áreas de fronteira. Por isso, a resposta rápida e coordenada entre os governos federal, estadual e municipal é vista como essencial para impedir novos surtos.

Nas próximas etapas, o mutirão vacinal será ampliado para outras localidades, incluindo distritos de Macapá. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente pelo SUS para pessoas entre 12 meses e 59 anos. O esquema vacinal prevê duas doses até os 29 anos e dose única para quem tem entre 30 e 59 anos.

De 2023 para 2024, o Amapá conseguiu elevar a cobertura vacinal da tríplice viral de 77,18% para 85,85%. O município de Oiapoque também apresentou melhora, passando de 61,92% para 70,02%. “É um avanço importante, mas precisamos continuar ampliando essa proteção, principalmente nas regiões de fronteira, onde o risco de reintrodução do vírus é maior”, pontua Gatti.

Atenção especial às comunidades indígenas

A visita do diretor do DPNI ao Oiapoque também incluiu a Casa de Saúde Indígena (Casai), onde se reuniu com representantes da Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá e com a coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena do Amapá e Norte do Pará (DSEI AMP), Simone Karipuna.

O encontro teve como objetivo alinhar estratégias e reforçar a articulação entre os diferentes níveis de gestão do SUS, buscando fortalecer as ações de imunização e vigilância nos territórios indígenas. Foram discutidas, ainda, as principais necessidades das comunidades atendidas, com foco em melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde prestados.

A presença da equipe federal ganha um significado simbólico por acontecer durante o Abril Indígena, mês dedicado à valorização dos povos originários. Mais do que uma visita técnica, a ação representa o compromisso com a escuta ativa, o respeito às culturas tradicionais e o fortalecimento de políticas públicas mais inclusivas e equitativas.

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