Diante do avanço da dengue em diversas regiões do país, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação das ações prioritárias de enfrentamento à doença, com foco em 312 municípios que apresentam alta incidência ou aumento expressivo de casos. A iniciativa integra um conjunto de estratégias voltadas à redução de internações e óbitos, reforçando o apoio técnico e assistencial aos estados e municípios.
A Força Nacional do SUS (FN-SUS) está mobilizada para atuar nessas localidades, com a possibilidade de instalar até 150 centros de hidratação, fundamentais para o atendimento rápido e eficaz dos pacientes. A atuação inclui ainda o suporte na organização da rede de saúde local, além de capacitações para equipes de atendimento.
A medida faz parte de uma resposta integrada à epidemia, que já mostra resultados: até o dia (05/04), o país registrou uma queda de 75% no número de casos e de 83% nos óbitos por dengue em comparação com o mesmo período de 2024. Foram contabilizados 998,6 mil casos este ano, ante os mais de 4 milhões registrados no ano passado. Os óbitos passaram de 3,8 mil para 634 no mesmo intervalo.
Força Nacional do SUS em campo
As ações da FN-SUS já começaram a ser implementadas em cidades como Viamão (RS), Marília (SP), Santarém (PA), Macapá (AP), Rio Branco (AC) e Cuiabá (MT). Somente em São José do Rio Preto (SP), município com maior número de casos, mais de 3,6 mil atendimentos foram realizados.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, destacou a mobilização nacional no enfrentamento da doença. “Distribuímos seis milhões de testes rápidos, além de insumos para diagnóstico laboratorial e controle do vetor. Os LACENs, nossos laboratórios parceiros nos estados, já realizaram mais de 650 mil exames. E onde houver necessidade, a Força Nacional do SUS será acionada para reforçar a resposta”, afirmou.
Novas diretrizes para agilizar diagnósticos e salvar vidas
Com o objetivo de garantir um atendimento mais rápido e eficaz, o Ministério da Saúde publicou novos guias e diretrizes voltadas ao atual cenário epidemiológico. As orientações incluem a ampliação da atuação de profissionais de enfermagem, que agora podem indicar exames, medicamentos e hidratação em unidades de urgência, como já ocorre na Atenção Primária.
Entre os materiais disponibilizados estão:
- Guia da Enfermagem para Arboviroses, que dá mais autonomia aos profissionais na linha de frente;
- Guia para Agentes Comunitários de Saúde, com foco na busca ativa por pacientes sintomáticos e ações de prevenção;
- Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas, que atualizam os protocolos anteriores e incorporam novas tecnologias;
- Orientações para a organização da assistência nos planos de contingência, voltadas à redução de hospitalizações e mortes.
Piloto em manejo clínico e capacitação de profissionais
Outra frente de atuação é a implementação do Manejo Clínico Sindrômico em áreas endêmicas, com protocolos que auxiliam a identificação precoce da dengue. A ação-piloto já começou no município de Breves (PA) e será expandida para Macapá (AP), com o objetivo de formatar uma estratégia nacional.
Além disso, o Ministério da Saúde vai abrir 50 mil vagas em um curso de capacitação sobre dengue por meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). O conteúdo será voltado a agentes comunitários, profissionais do programa Mais Médicos e residentes. Webinários também estão programados, com expectativa de alcançar até 20 mil profissionais de saúde em todo o país.
Preservar vidas com agilidade e prevenção
A ampliação das ações, aliada a novos protocolos e reforço no atendimento, reflete o esforço conjunto entre governo federal, estados, municípios e população. O foco é claro: garantir o diagnóstico precoce, fortalecer a estrutura de atendimento e salvar vidas.
