O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira (17/04), em São Paulo, da Campanha Lava-Pés: Cuidado com os Pés Diabéticos — uma mobilização nacional que alerta sobre os riscos do diabetes e reforça a importância do cuidado integral à saúde, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). A ação simbólica aconteceu no Espaço de Cultura e Convivência Irmão Pedro Betancur, no bairro do Belenzinho, e reuniu profissionais de saúde, estudantes, lideranças comunitárias e representantes de instituições religiosas e educacionais.
Durante o evento, pessoas com diabetes mellitus passaram por avaliação do chamado “pé diabético”, receberam orientações sobre alimentação saudável, saúde bucal e uso adequado de medicamentos, além de realizarem aferição da glicemia e da pressão arterial. Atividades de autocuidado também fizeram parte da programação.
“Isso aqui vai virar um compromisso pessoal. Quero voltar todos os anos para acompanhar os avanços no cuidado à população em situação de vulnerabilidade e na atenção primária do SUS. Além da oferta gratuita de medicamentos nas UBSs e no Farmácia Popular, é fundamental reforçar a importância do cuidado com os pés. Prevenir é essencial para evitar complicações mais graves”, afirmou Padilha durante a ação.
Campanha segue por todo o Brasil
A campanha segue até o dia 24 de abril em diversas cidades do país, com o apoio de secretarias de saúde, universidades, igrejas e organizações da sociedade civil. Desde 2014, a mobilização tem ganhado força em Caruaru (PE), onde é realizada em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e unidades básicas de saúde locais.
Doença silenciosa e com alto custo humano e financeiro
Cerca de 10,2% da população brasileira — o equivalente a 20 milhões de pessoas — convivem com o diabetes, segundo dados do Ministério da Saúde. Uma das complicações mais sérias da doença é o pé diabético, condição que pode causar úlceras, infecções e até amputações. Estima-se que um em cada quatro pacientes com diabetes desenvolverá algum tipo de ferida nos pés ao longo da vida. Entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, foram registradas 4.227 amputações por complicações da doença no Brasil.
O tratamento das complicações relacionadas ao pé diabético no SUS consome, anualmente, cerca de R$ 586 milhões — a maior parte destinada ao atendimento de feridas infectadas. Por isso, a prevenção é o caminho mais eficaz para preservar vidas e reduzir internações.
Mais acesso a medicamentos e novas tecnologias no SUS
O Ministério da Saúde tem ampliado o acesso a medicamentos e tecnologias para o tratamento do diabetes. Atualmente, o SUS oferece insulinas humanas (NPH e regular), insulinas análogas de ação prolongada e rápida, além de medicamentos orais e injetáveis.
Neste ano, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou a ampliação do uso das insulinas análogas para pacientes com diabetes tipo 2, aumentando a cobertura para um público ainda maior.
Outra novidade é a incorporação da dapagliflozina à lista de medicamentos do programa Farmácia Popular. Utilizada no tratamento de diabetes tipo 2, especialmente em pacientes com risco cardiovascular, a medicação ajuda a reduzir a glicose pela urina, além de colaborar no controle da pressão arterial e na prevenção de complicações graves, como infartos e insuficiência renal.
Compromisso com o cuidado integral
A Campanha Lava-Pés simboliza não apenas um gesto de cuidado, mas também reforça o compromisso do SUS com a prevenção e o atendimento humanizado. Com a participação ativa da população, profissionais de saúde e poder público, o enfrentamento ao diabetes ganha mais força e visibilidade.