O pequeno João Pedro, nascido em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro, veio ao mundo no dia 3 de maio de 2023 com um diagnóstico inesperado: artrogripose, uma condição rara que afeta a mobilidade das articulações. Mesmo após uma gestação considerada tranquila, sua mãe, Carla Penha da Silva, de 35 anos, ficou surpresa ao perceber que o filho apresentava os ombros voltados para baixo e os cotovelos posicionados para cima, devido ao enrijecimento das articulações.
A condição, ainda pouco conhecida por grande parte da população, impede que os membros se movimentem com naturalidade, o que exigiu que João Pedro fosse encaminhado logo após o nascimento ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), onde iniciou seu tratamento. Segundo a terapeuta ocupacional responsável pelo caso, Maria da Conceição Soares, o quadro do menino era tão incomum que exigiu a criação de uma abordagem totalmente personalizada, já que não havia protocolos prontos para um caso como o dele.
O tratamento tem sido baseado no uso de órteses feitas sob medida e sessões semanais de fisioterapia. Com apenas seis meses, João Pedro já usava dispositivos adaptados para ajudar a corrigir a posição dos braços — tudo sem a necessidade de cirurgia até o momento. Mesmo com alguns desafios, como uma reação alérgica ao material usado inicialmente, a equipe médica tem acompanhado com atenção a evolução positiva do bebê.
Hoje, com quase dois anos de vida, João Pedro já surpreende a todos com sua independência. “Ele consegue pegar um copo, levar até a boca e se alimentar sozinho. É uma conquista enorme para nós”, comemora Carla. O acompanhamento médico deve continuar por vários anos, mas a expectativa é de que, com o tempo e o tratamento adequado, ele alcance mais qualidade de vida e autonomia nos movimentos.