Doses elevadas de remédios para tdah podem aumentar risco de psicose, aponta estudo

Reprodução: Michal Jarmoluk/pixabay

Uma nova pesquisa realizada nos Estados Unidos acende um alerta para o uso de medicamentos à base de anfetaminas no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). De acordo com o estudo, conduzido por especialistas do McLean Hospital, pacientes que utilizam altas doses desses remédios têm risco significativamente maior de desenvolver episódios de psicose ou mania.

O estudo analisou dados de quase 1.400 pacientes internados entre 2005 e 2019 no sistema de saúde Mass General Brigham, todos passando por seu primeiro episódio de psicose ou mania. Os pesquisadores compararam esse grupo com mais de 2.700 pacientes hospitalizados por outras razões psiquiátricas, como depressão ou transtornos de ansiedade.

Os resultados indicam que pessoas que tomaram qualquer anfetamina prescrita no mês anterior apresentaram um risco 63% maior de desenvolver psicose ou mania. Esse risco saltou para 81% entre os que consumiram 30 miligramas ou mais de dextroanfetamina, uma das substâncias mais comuns nesses medicamentos.

Mecanismo envolve liberação de dopamina

Segundo os pesquisadores, o aumento no risco pode estar relacionado à forma como as anfetaminas agem no cérebro, estimulando a liberação de dopamina — neurotransmissor que também está envolvido no desenvolvimento de sintomas psicóticos.

Apesar dos dados, os especialistas fazem um alerta importante: pacientes que já fazem uso de medicamentos para TDAH não devem interromper o tratamento por conta própria. A recomendação é conversar com o médico responsável para avaliar a dose utilizada e, se necessário, discutir outras opções.

Alternativas seguras

A pesquisa destaca ainda que nem todos os medicamentos usados no tratamento do TDAH apresentam esse risco. Os autores do estudo não encontraram associação entre o uso de metilfenidato — outro fármaco amplamente utilizado — e o aumento de episódios psicóticos ou maníacos, sugerindo que ele pode ser uma alternativa mais segura para determinados pacientes.

O estudo reforça a importância de um acompanhamento médico cuidadoso e individualizado, especialmente em casos onde o tratamento envolve doses mais altas de substâncias estimulantes.

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