O número de pessoas afetadas por fibrilação atrial nos Estados Unidos pode ser três vezes maior do que apontavam estimativas anteriores. É o que revela um estudo recente da Universidade da Califórnia, em São Francisco (UCSF), que aponta que cerca de 10,5 milhões de adultos norte-americanos — ou aproximadamente 5% da população adulta — convivem com essa condição cardíaca.
A fibrilação atrial é um tipo comum de arritmia que afeta o ritmo das câmaras superiores do coração (os átrios), fazendo com que batam de forma irregular. Isso pode causar acúmulo de sangue e formação de coágulos, aumentando o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em até cinco vezes. Além disso, a condição dobra o risco de morte relacionada ao coração se não for tratada adequadamente.
Estimativas anteriores estavam defasadas há mais de 20 anos
Até então, os dados mais aceitos indicavam que cerca de 3,3 milhões de pessoas nos EUA tinham fibrilação atrial, mas essas projeções não eram atualizadas há mais de duas décadas. O novo levantamento analisou os registros médicos de quase 30 milhões de adultos atendidos na Califórnia entre 2005 e 2019. Desse total, 2 milhões foram diagnosticados com a arritmia, com um crescimento perceptível ao longo do tempo.
Entre 2005 e 2009, 4,5% dos pacientes apresentavam a condição. Já entre 2015 e 2019, esse número subiu para 6,8%. Após padronizar os dados para a população nacional, os pesquisadores chegaram ao número alarmante de 10,5 milhões de casos.
Fatores de risco estão em alta
O aumento dos casos está diretamente ligado ao envelhecimento da população, mas também ao crescimento de fatores de risco como hipertensão, diabetes e obesidade — todos associados ao desenvolvimento da arritmia.
Os pesquisadores alertam que, com o avanço das tecnologias de monitoramento cardíaco — como smartwatches e dispositivos de ECG portáteis —, é provável que o número real de pessoas com fibrilação atrial seja ainda maior, incluindo muitos casos assintomáticos que ainda não foram diagnosticados.