Uma nova pesquisa realizada na Itália sugere que o consumo regular de carne de frango pode estar relacionado ao aumento do risco de morte precoce, especialmente por câncer gastrointestinal. O estudo, conduzido pelo Instituto Nacional de Gastroenterologia e publicado na revista Nutrients em abril de 2025, acompanhou a saúde de 4.869 adultos ao longo de 20 anos, analisando dados clínicos, entrevistas e registros médicos.
Resultados do estudo
Os pesquisadores se concentraram na quantidade de carne consumida semanalmente, em especial o frango, e em sua possível associação com o desenvolvimento de câncer no sistema digestivo e com a mortalidade relacionada à doença. Os principais achados incluem:
- Risco maior de morte precoce: Indivíduos que consumiam mais de 300 gramas de carne de ave por semana apresentaram um risco 27% maior de morte precoce por qualquer causa, comparados àqueles que ingeriam até 100 gramas semanais.
- Risco aumentado por câncer gastrointestinal: As pessoas que consumiam mais de 300 gramas de carne de ave semanalmente apresentaram um risco 2,27% maior de morrer precocemente por câncer gastrointestinal.
Esses resultados podem soar alarmantes, considerando que o frango é geralmente visto como uma alternativa mais saudável à carne vermelha devido ao seu menor teor de gordura saturada e sua associação com um risco reduzido de doenças cardiovasculares. No entanto, o estudo levanta questões sobre os impactos de um consumo excessivo de carne de frango.
Fatores que podem influenciar os resultados
Os pesquisadores apontam que o risco maior pode não estar relacionado exclusivamente ao frango em si, mas também ao modo como ele é preparado. Frituras, empanamentos e o uso de certos temperos industrializados podem alterar os efeitos do alimento no organismo. Além disso, há uma preocupação com a presença de pesticidas usados na ração dos animais, medicamentos ou hormônios administrados ao frango, que também podem influenciar a saúde a longo prazo.
Limitações do estudo
Vale ressaltar que este estudo é observacional, ou seja, os pesquisadores apenas monitoraram o comportamento dos participantes sem interferir diretamente. Em estudos observacionais, é difícil estabelecer uma relação de causa e efeito, pois há muitas variáveis que podem influenciar os resultados. A pesquisa também não considerou o nível de atividade física dos participantes, o que é uma variável importante para avaliar o impacto de fatores dietéticos na saúde.