Neste último sábado (10/05), o Ministério da Saúde promoveu o Dia D de vacinação contra a gripe, uma grande mobilização nacional para ampliar a imunização antes da chegada do inverno — período em que cresce a circulação de vírus respiratórios. A campanha teve ações simultâneas nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, com o objetivo de atingir pelo menos 90% da população-alvo, estimada em mais de 81,6 milhões de pessoas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou da mobilização em Brasília (DF), na região administrativa do Guará, onde acompanhou a vacinação de grupos prioritários e reforçou a importância da proteção neste momento do ano. “O vírus da influenza é hoje a principal causa de aumento de óbitos por doenças respiratórias no país. Por isso, é fundamental que a população se vacine o quanto antes, antes do frio mais intenso”, destacou.
Padilha ressaltou que, embora a vacina esteja disponível ao longo do ano nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), o Dia D cumpre um papel de mobilização e conscientização nacional. A iniciativa faz parte da estratégia do Ministério da Saúde para fortalecer a cobertura vacinal, em parceria com estados e municípios.
Distribuição e público-alvo
Para garantir o acesso, o governo federal distribuiu mais de 51,3 milhões de doses da vacina contra a gripe para estados e o Distrito Federal. A aplicação é gratuita e está disponível nas UBSs e em pontos de vacinação montados temporariamente em diversas cidades.
A campanha, iniciada em 7 de abril, prioriza grupos mais vulneráveis, como:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Gestantes e puérperas;
- Profissionais da saúde e professores;
- Indígenas, quilombolas, pessoas com comorbidades ou deficiência;
- Caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo e serviços postais;
- Moradores em situação de rua, privados de liberdade e agentes de segurança.
Na região Norte, a vacinação contra a gripe será iniciada apenas no segundo semestre, respeitando o calendário diferenciado em função das condições climáticas locais, que favorecem maior circulação viral em outra época do ano.
Alta de casos respiratórios preocupa autoridades
A intensificação da campanha acontece em meio ao aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país. De acordo com o boletim da Fiocruz divulgado em 30 de abril, mais de 45 mil casos foram registrados em 2024. Entre os vírus identificados, destacam-se o vírus sincicial respiratório (38,4%), o rinovírus (27,9%) e o vírus da influenza A (11,2%).
O Ministério da Saúde anunciou recentemente um investimento anual de R$ 100 milhões para reforçar o atendimento a crianças com SRAG no SUS. Além disso, a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), já incorporada ao SUS, deve começar a ser ofertada no segundo semestre, ampliando a proteção de crianças pequenas contra bronquiolite e outras infecções graves.
A campanha de vacinação também reforça a importância da vacina contra a Covid-19, agora parte do Calendário Nacional de Vacinação. A versão atualizada do imunizante está disponível para crianças menores de 5 anos, gestantes e idosos, protegendo contra as cepas mais recentes do coronavírus.