Em resposta à retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a China anunciou que aumentará significativamente suas contribuições à entidade. O país asiático se comprometeu a doar um total de 500 milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos.
O anúncio foi feito nesta última quarta-feira (21/05), durante um discurso do vice-primeiro-ministro chinês, Liu Guozhong, na sede da OMS em Genebra. Segundo ele, o cenário atual da saúde global exige uma postura mais cooperativa entre as nações. “O mundo enfrenta os efeitos do unilateralismo e da política de poder, o que gera grandes desafios à segurança sanitária internacional. O multilateralismo é a melhor resposta a essas dificuldades”, afirmou Liu.
Até agora, a China contribuía com cerca de 2,5 milhões de dólares por ano para a organização — um valor modesto se comparado aos quase 950 milhões doados pelos Estados Unidos em 2024. Com a saída norte-americana, a lacuna no orçamento da OMS se tornou um problema urgente.
A falta de recursos forçou a OMS a reduzir seu orçamento para o biênio 2026-2027 em 21%, totalizando US$ 4,2 bilhões. A decisão foi tomada na Assembleia Mundial da Saúde, realizada na última terça-feira (20), e incluiu ainda o aumento de 20% nas contribuições obrigatórias dos países membros nos próximos dois anos.
Campanhas de vacinação e respostas emergenciais a surtos — especialmente em países de baixa e média renda — estão entre as áreas mais afetadas pela crise de financiamento provocada pela saída dos EUA.