Crianças com sobrepeso antes dos 4 anos têm maior risco de obesidade após os 9

Reprodução: FeeLoona/pixabay

Um estudo recente envolvendo milhares de crianças revelou que aquelas com índice de massa corporal (IMC) elevado antes dos 4 anos apresentam risco significativamente maior de desenvolver obesidade ao chegar à pré-adolescência.

A pesquisa, conduzida por um grupo multidisciplinar de especialistas em saúde infantil e publicada em uma revista científica de destaque, analisou o crescimento físico de mais de 9 mil crianças ao longo de duas décadas. Os dados foram obtidos a partir de prontuários médicos, entrevistas familiares e avaliações clínicas realizadas entre os anos de 1997 e 2024.

Dois padrões distintos de desenvolvimento do IMC foram identificados: o primeiro, considerado típico, abrangeu a maioria das crianças e mostrou uma queda natural no IMC entre 1 e 6 anos, seguida de uma elevação gradual até os 9 anos. Já o segundo, considerado atípico, envolveu cerca de 10% das crianças e apresentou um IMC estável até os 3,5 anos, com um aumento acelerado nos anos seguintes.

Ao atingir os 9 anos, as crianças desse grupo atípico estavam entre as que apresentavam os maiores valores de IMC em sua faixa etária, com uma média de 26,2 – número bastante acima do padrão considerado saudável. No grupo típico, o valor médio era de 17,3.

Sinais de alerta desde a primeira infância

Segundo os pesquisadores, os resultados mostram que os primeiros anos de vida são decisivos na prevenção da obesidade infantil. Identificar padrões de crescimento incomuns ainda na primeira infância permite intervenções precoces, antes que o problema se agrave.

A obesidade infantil é definida de forma diferente da de adultos, sendo baseada na comparação com percentis da população da mesma idade. Crianças no percentil acima de 95 são classificadas como obesas. No Brasil, dados oficiais mostram que cerca de 14% das crianças com menos de cinco anos apresentam excesso de peso ou obesidade.

Especialistas alertam para as consequências a longo prazo da obesidade infantil, que incluem maior risco de desenvolver doenças crônicas como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, distúrbios articulares e até certos tipos de câncer. Além disso, os impactos vão além do físico: dificuldades cognitivas, baixa autoestima e problemas psicossociais também estão associados.

Fatores de risco ligados à gestação e ao nascimento

A pesquisa também identificou fatores anteriores ao nascimento que podem contribuir para o crescimento atípico do IMC. Entre eles estão o tabagismo materno durante a gestação, sobrepeso da mãe antes da gravidez e ganho de peso acima do ideal durante esse período. O peso elevado ao nascer também foi apontado como um indicativo de risco.

Diante desses achados, os especialistas defendem a adoção de estratégias preventivas que comecem ainda durante a gestação. Incentivar a amamentação, apoiar a cessação do tabagismo entre gestantes e promover o controle de peso materno são medidas que podem ter impacto direto na saúde futura das crianças.

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