A Doença de Crohn é uma condição inflamatória crônica que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus, embora seja mais comum na porção final do intestino delgado (íleo) e no cólon. Caracterizada por períodos de atividade e remissão, a enfermidade geralmente se manifesta em adultos jovens, com pico de incidência entre os 20 e 40 anos de idade, impactando significativamente a qualidade de vida dos portadores.
As causas exatas da Doença de Crohn ainda não são completamente conhecidas pela ciência, mas acredita-se que a condição resulte de uma interação complexa entre fatores genéticos, ambientais e uma resposta inadequada do sistema imunológico à microbiota intestinal. Estudos sugerem que a exposição frequente a antibióticos durante a infância pode aumentar o risco. Além disso, o consumo elevado de alimentos industrializados, ricos em xenobióticos (substâncias estranhas ao organismo), ultraprocessados, gorduras saturadas e carboidratos simples, tem sido apontado como um fator contribuinte, especialmente em países desenvolvidos.
Os sintomas mais comuns da Doença de Crohn incluem dor abdominal, frequentemente tipo cólica, e diarreia crônica, que pode vir acompanhada de muco ou sangue nas fezes. A perda de peso inexplicada também é um sinal frequente. Entre 25% a 50% dos pacientes podem apresentar manifestações extra intestinais, afetando articulações, pele e olhos. Com a progressão da doença, podem surgir complicações como estenoses (estreitamento do intestino) e fístulas (comunicações anormais entre o intestino e outros órgãos ou a pele).
Embora a Doença de Crohn não tenha cura, com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes consegue controlar os sintomas e levar uma vida normal. A abordagem terapêutica é multidisciplinar e individualizada, envolvendo o uso de medicamentos para controlar a inflamação e os sintomas, acompanhamento médico contínuo e ajustes na dieta. É crucial evitar alimentos que possam piorar os sintomas, priorizando uma alimentação rica em fibras, frutas, vegetais e proteínas, e limitando o consumo de alimentos gordurosos, carboidratos simples e processados.
Adotar um estilo de vida saudável é um pilar fundamental no manejo da Doença de Crohn. Isso inclui a prática regular de atividades físicas, a manutenção de uma boa qualidade de sono, e a abstenção do fumo e do consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Essas medidas, aliadas ao tratamento médico e nutricional, são essenciais para o bem-estar e a manutenção da qualidade de vida dos pacientes.