A desinformação continua sendo um grande obstáculo no combate ao HIV, e um dos campos férteis para muitos é a forma de transmissão do vírus. Apesar de décadas de pesquisa e campanhas de conscientização, dúvidas sobre a possibilidade de contrair o HIV através do compartilhamento de alimentos ou utensílios ainda persistem em parte da população. Especialistas em saúde reforçam: é crucial derrubar esses boatos para combater o estigma e promover práticas preventivas eficazes.
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é sensível às condições ambientais fora do corpo humano. Ele não sobrevive por muito tempo no ar, na água ou em superfícies, incluindo alimentos. Para que ocorra a transmissão, é necessário o contato direto com fluidos corporais infectados – como sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno – em quantidade suficiente e através de uma porta de entrada no organismo de outra pessoa (como mucosas ou feridas abertas).
Portanto, atividades cotidianas como compartilhar refeições, talheres, copos, ou mesmo beijar socialmente, não oferecem risco de transmissão do HIV. O vírus não é transmitido pela saliva, suor, lágrimas ou urina, a menos que estes fluidos contenham sangue visível e entrem em contato direto com uma via de contaminação.
A ideia de que o HIV poderia ser transmitido por alimentos preparados por uma pessoa vivendo com o vírus é infundada. Mesmo que houvesse uma contaminação acidental com uma pequena quantidade de sangue durante o preparo (um corte no dedo, por exemplo), a exposição ao ar, as temperaturas de cozimento (quando aplicável) e os ácidos digestivos tornariam o vírus inativo e incapaz de infectar.
Organismos de saúde globais e nacionais, incluindo o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde (OMS), são categóricos ao afirmar que não há evidências científicas que sustentem a transmissão do HIV por meio de alimentos ou bebidas.