Uma jovem brasileira enfrenta uma batalha pela vida nos Estados Unidos após contrair botulismo, uma doença neurológica rara e grave. O caso de Cláudia Celada de Albuquerque, de 23 anos, ocorre em meio a um alerta de saúde pública no país sobre o uso de Botox falso ou mal administrado, que já está associado a dezenas de casos da doença.
Cláudia, que estava em um programa de intercâmbio em Aspen, no estado do Colorado, foi internada às pressas após apresentar sintomas severos de paralisia, incluindo dificuldade respiratória e de fala. O diagnóstico de botulismo foi confirmado, e a jovem chegou a ter 100% dos músculos do corpo paralisados. A família relata que, após semanas de internação em uma UTI, ela começou a apresentar discretos sinais de melhora.
O botulismo é causado pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Embora seja mais conhecido pela contaminação alimentar, o botulismo iatrogênico, causado pela injeção da toxina para fins cosméticos, é um risco real, especialmente quando os produtos são falsificados ou administrados por pessoas não licenciadas. A toxina age bloqueando a comunicação entre os nervos e os músculos, levando à paralisia.
O drama da brasileira coincide com uma investigação em andamento nos EUA sobre um surto de botulismo ligado a procedimentos estéticos. Autoridades de saúde de vários estados, incluindo Tennessee e Illinois, registraram dezenas de casos de pessoas que adoeceram após receberem injeções de um produto falsificado, vendido como Botox. Os pacientes relataram sintomas clássicos da doença, como visão dupla, pálpebras caídas, dificuldade para engolir e respirar.
Devido aos altíssimos custos do tratamento intensivo nos EUA, que já ultrapassam a casa dos milhões de reais, a família de Cláudia iniciou uma campanha online para arrecadar fundos e viabilizar a transferência da jovem em uma UTI aérea para continuar a longa recuperação no Brasil.
