Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, reforça que os benefícios da vacinação contra a Covid-19 vão além da prevenção da infecção: ela também contribui para a redução significativa de problemas cardiovasculares associados à doença.
Apesar de efeitos colaterais cardíacos raros terem sido observados em algumas pessoas após a aplicação das vacinas — como inflamações no músculo cardíaco ou no pericárdio, a membrana que envolve o coração — os especialistas destacam que esses riscos são temporários e não estão ligados a complicações graves.
“A elevação no risco cardiovascular após a vacinação é passageira e não se estende a condições mais severas”, explicou o professor Fredrik Nyberg, da Academia Sahlgrenska, responsável pela pesquisa. A análise foi feita com base em dados de mais de 8 milhões de adultos acompanhados desde o início da campanha de vacinação, em dezembro de 2020, até o final de 2022.
Os cientistas investigaram os chamados “períodos de risco” — o intervalo logo após cada dose — e compararam a saúde cardíaca de pessoas vacinadas com a de indivíduos não imunizados no mesmo momento do estudo. Foram avaliadas condições como arritmias, insuficiência cardíaca, AVC, AIT (acidente isquêmico transitório), e inflamações cardíacas.
Os resultados mostraram uma queda relevante, entre 20% e 30%, no risco de eventos cardíacos graves como infarto, AVC e insuficiência cardíaca entre os vacinados, especialmente após a terceira dose. Ao mesmo tempo, observou-se um aumento temporário de inflamações cardíacas — com maior incidência entre homens e idosos — uma a duas semanas após uma dose da vacina. Também houve aumento passageiro nos casos de arritmia e AIT, mas os pesquisadores reforçam que os riscos gerais são consideravelmente menores comparados aos perigos trazidos pela própria infecção por Covid-19.
