A recente notícia de que a apresentadora Sabrina Sato planeja congelar seus óvulos aos 44 anos trouxe à tona uma discussão importante sobre fertilidade e planejamento familiar. Embora a tecnologia de criopreservação seja uma ferramenta valiosa, com a análise de uma ginecologista especialista em reprodução humana, esclarece os desafios e as particularidades do procedimento em idades mais avançadas.
Segundo a especialista, o principal fator a ser considerado é a reserva ovariana da mulher, que representa a quantidade e, crucialmente, a qualidade dos óvulos disponíveis. A partir dos 35 anos, essa reserva entra em um declínio acentuado, o que torna o processo de congelamento mais desafiador após os 40.
Qualidade vs. Quantidade
Ela explica que, embora seja possível realizar o procedimento aos 44 anos, as chances de sucesso são menores. “O maior risco não está no procedimento em si, que é seguro, mas na qualidade dos óvulos que serão coletados”, afirma a médica na reportagem. Com o avanço da idade, aumenta a probabilidade de alterações cromossômicas nos óvulos, o que pode resultar em falhas de implantação ou abortos espontâneos no futuro.
Por essa razão, a recomendação geral é que o congelamento seja feito, preferencialmente, antes dos 35 anos, quando a qualidade e a quantidade de óvulos são maiores.
O Procedimento em Idades Avançadas
Para mulheres que optam pelo congelamento após os 40, como Sabrina Sato, o processo pode exigir um número maior de ciclos de estimulação ovariana para se obter uma quantidade razoável de óvulos viáveis. A estimulação é feita com medicamentos hormonais e a coleta é realizada por meio de um procedimento minimamente invasivo.
A médica ressalta que, apesar dos desafios, a atitude de congelar os óvulos na casa dos 40 anos não é desaconselhada, mas vista como “uma tentativa de preservar a fertilidade atual”. É uma forma de garantir uma chance, mesmo que reduzida, de uma gravidez futura com material genético próprio. A decisão, portanto, reforça a importância de um diálogo aberto com especialistas para alinhar expectativas realistas sobre as taxas de sucesso do tratamento.