A prática regular de exercícios é amplamente recomendada como um dos pilares para uma vida longa e saudável. No entanto, um novo estudo finlandês desafia a ideia de que mais atividade física sempre significa mais longevidade. Pesquisadores da Universidade de Jyväskylä realizaram uma análise de longo prazo envolvendo mais de 22 mil gêmeos nascidos antes de 1958, investigando seus hábitos de exercício e taxas de mortalidade ao longo de 45 anos.
Os cientistas categorizaram os participantes em quatro grupos com base em seus níveis de atividade física: sedentários, moderadamente ativos, ativos e altamente ativos. Surpreendentemente, o maior benefício em termos de redução da mortalidade (7% menor risco) foi observado entre os sedentários e os moderadamente ativos, o que sugere que aumentar ainda mais o nível de atividade física não trouxe benefícios adicionais em termos de longevidade.
Embora, no curto prazo, os mais ativos tivessem um risco de morte menor, a análise a longo prazo revelou que os indivíduos altamente ativos não apresentaram vantagem sobre os sedentários. Os pesquisadores sugerem que esse fenômeno pode ser explicado pela presença de doenças ainda em estágios iniciais, que podem reduzir a capacidade de se exercitar e, com o tempo, levar à morte — distorcendo, assim, a relação entre exercício e longevidade nas análises de curto prazo.
Outro dado interessante foi a análise do envelhecimento biológico por meio de amostras de sangue. O estudo revelou que o ritmo de envelhecimento foi mais acelerado tanto entre os que se exercitavam muito pouco quanto entre os que se exercitavam em excesso, formando uma curva em “U”.
Além disso, a pesquisa não encontrou evidências de que seguir as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para atividade física reduzisse o risco de morte ou doenças cardíacas em pessoas com predisposição genética.
Embora esses achados não diminuam os benefícios conhecidos da atividade física, eles sugerem que o impacto do exercício na longevidade depende de uma série de fatores, incluindo genética, estilo de vida e a intensidade da atividade física praticada.