Um novo relatório divulgado pela Food Packaging Forum, organização sem fins lucrativos que investiga substâncias químicas em embalagens de alimentos, revela um dado alarmante: 189 compostos com potencial de causar câncer de mama foram identificados em materiais amplamente utilizados para embalar alimentos em todo o mundo.
Quais substâncias estão em foco?
Entre os principais produtos químicos encontrados estão:
- PFAs (substâncias per e polifluoroalquiladas) – conhecidos como “químicos eternos” por não se degradarem facilmente no meio ambiente.
- Bisfenóis (como o BPA) – amplamente usados na fabricação de plásticos rígidos e revestimentos internos de latas.
- Ftalatos – utilizados para tornar plásticos mais flexíveis.
Essas substâncias podem migrar das embalagens para os alimentos e, com o consumo diário, entrar no organismo humano.
Os números do estudo
- 143 substâncias potencialmente ligadas ao câncer de mama foram identificadas em embalagens plásticas.
- 89 compostos foram detectados em materiais de papel ou papelão.
- 76 desses compostos são comumente ingeridos através da dieta, demonstrando um alto potencial de exposição cotidiana.
- Cerca de 40 substâncias já são classificadas por autoridades internacionais como perigosas ou tóxicas, mas ainda estão presentes em embalagens alimentares.
Falhas na regulamentação global
Embora existam regras e normas em regiões como EUA, União Europeia, China e América do Sul para restringir o uso dessas substâncias, os pesquisadores destacam que essas medidas não são suficientes. Muitas dessas substâncias continuam sendo utilizadas, seja por brechas legais ou falta de fiscalização eficaz.
“A presença contínua desses químicos em produtos do dia a dia revela falhas importantes nas políticas regulatórias. Precisamos urgentemente de uma abordagem mais protetiva, baseada no princípio da precaução”, alertam os autores do estudo.
Impactos na saúde pública
Estudos anteriores já haviam demonstrado que a exposição a certos disruptores endócrinos – como os bisfenóis e ftalatos – pode influenciar no desenvolvimento de câncer de mama, especialmente quando o contato ocorre de forma repetida e prolongada, inclusive na infância ou durante a gestação.
O que os consumidores podem fazer?
Embora nem sempre seja possível evitar completamente esses compostos, pequenas atitudes ajudam a reduzir o risco:
- Prefira alimentos frescos e não processados;
- Evite aquecimento de alimentos em embalagens plásticas;
- Dê preferência a embalagens de vidro, inox ou papel manteiga para armazenar comida;
- Leia rótulos e selos de segurança (como “livre de BPA”).
