Um número crescente de adultos mais jovens tem procurado se submeter a exames de colonoscopia, reflexo direto do aumento dos casos de câncer colorretal nessa faixa etária. Desde 2021, especialistas passaram a recomendar que o rastreamento preventivo do câncer de cólon comece aos 45 anos, em vez dos 50 anteriormente indicados.
Estudo realizado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, apontou que a mudança nas diretrizes provocou um salto no número de exames entre pessoas de 45 a 49 anos — o volume de colonoscopias nessa faixa etária teria triplicado após a atualização. No entanto, apesar do avanço, o percentual de jovens adultos que de fato fazem o rastreamento continua sendo considerado baixo.
A pesquisa analisou dados de mais de 10 milhões de norte-americanos com seguro saúde nessa faixa etária. Os resultados revelam que, além da nova recomendação médica, fatores socioeconômicos e geográficos têm grande influência sobre quem realiza ou não o exame. Indivíduos que vivem em regiões com maior renda (topo dos 20% mais ricos do país) têm uma probabilidade 69% maior de fazer colonoscopia do que aqueles das áreas mais pobres. A localização também conta: moradores de centros urbanos têm 45% mais chances de aderir ao rastreamento em comparação com quem vive em áreas rurais.
Apesar da tendência positiva, os pesquisadores alertam que ainda há muito a avançar. Apenas 11,5% das pessoas consideradas de risco médio e que se tornaram elegíveis para o exame após a nova diretriz o realizaram antes de completar 50 anos.