Músicas podem reativar memórias em pacientes com Alzheimer

Reprodução: Pexels/Pixabay

Uma nova pesquisa conduzida pelo Brain and Creativity Institute da Universidade do Sul da Califórnia (USC) revelou que músicas associadas a momentos marcantes da vida podem ativar áreas do cérebro relacionadas à memória autobiográfica e ao prazer. Publicado na revista científica Human Brain Mapping, o estudo reforça o potencial da música como uma estratégia terapêutica não medicamentosa para pessoas com Alzheimer e outras doenças que afetam a memória.

A equipe de cientistas utilizou exames de ressonância magnética funcional para observar a atividade cerebral dos participantes ao ouvirem canções significativas. Os resultados mostraram que essas músicas ativaram simultaneamente a rede de modo padrão – envolvida em recordações e autorreflexão – e os circuitos de recompensa, que também são acionados por estímulos como comida, afeto e experiências prazerosas.

“Essas músicas não apenas trazem memórias de volta, mas também provocam respostas cerebrais que podem contribuir para o bem-estar emocional e a função cognitiva”, afirmam os autores.

Conexão entre música, identidade e emoção

Segundo os pesquisadores, a relação emocional profunda entre música e identidade pessoal pode explicar a eficácia desse tipo de estímulo em pessoas com comprometimento cognitivo. Ao ouvir uma canção ligada a momentos felizes da juventude, por exemplo, o cérebro tende a resgatar sensações e memórias associadas àquela fase da vida.

Essa resposta pode ser especialmente valiosa em estágios iniciais da doença de Alzheimer, quando os pacientes ainda conseguem identificar melodias e associá-las a eventos importantes.

Playlists personalizadas como estratégia de cuidado

O estudo sugere que a criação de playlists personalizadas – com músicas que marcaram momentos significativos da vida do paciente – pode funcionar como um instrumento simples, acessível e eficaz no cuidado diário. A música pode estimular a comunicação, o afeto e a memória, além de promover conforto emocional e reduzir a agitação comum em quadros de demência.

Embora a pesquisa ainda esteja em fase de validação para uso clínico, os autores destacam que a inclusão de músicas nostálgicas no ambiente terapêutico pode representar um avanço importante no tratamento humanizado de doenças neurodegenerativas.

Compartilhar:

Facebook
X
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mostre a sua marca e aumente seus ganhos

O seu anúncio aqui (365 x 270 px)
Últimas Notícias
Assuntos

Inscreva-se na nossa newsletter

Fique sempre atualizado sobre os cuidados com a sua saúde.