Saúde do cérebro, o que as bactérias bucais podem nos dizer?

Reprodução: jcomp/freepik

Pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, descobriram que as bactérias presentes na boca podem estar relacionadas a alterações na função cerebral à medida que as pessoas envelhecem.

Um estudo conduzido pela universidade revelou que certos tipos de bactérias na boca estavam associados a uma melhor memória e atenção, enquanto outras estavam ligadas a problemas de saúde cerebral, incluindo a doença de Alzheimer.

Embora a pesquisa esteja em fase inicial, os cientistas estão explorando como a ingestão de alimentos saudáveis, como folhas verdes ricas em nitrato, pode impactar positivamente a saúde do cérebro, estimulando bactérias benéficas na boca.

Para a co-autora do estudo, Anne, os resultados trazem implicações significativas. “Se determinadas bactérias ajudam na função cerebral enquanto outras aceleram o declínio cognitivo, intervenções para alterar o equilíbrio das bactérias bucais podem se tornar uma abordagem importante para prevenir a demência”, afirma ela. “Essas mudanças poderiam ocorrer por meio da alimentação, probióticos, cuidados de higiene oral ou até mesmo tratamentos direcionados.”

Metodologia do estudo e resultados

O estudo contou com a participação de 115 voluntários com idade acima de 50 anos, que já haviam feito testes cognitivos em um projeto anterior. Os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos: um composto por indivíduos sem sinais de declínio cognitivo e outro com pessoas que apresentavam problemas cognitivos leves.

Os voluntários enviaram amostras de saliva, que foram analisadas para avaliar a composição das bactérias bucais. A pesquisa revelou que as pessoas com maiores quantidades das bactérias Neisseria e Haemophilus apresentavam melhor desempenho em termos de memória, atenção e capacidade de realizar tarefas complexas.

Por outro lado, aqueles com níveis elevados da bactéria Porphyromonas apresentavam dificuldades de memória. Já o grupo de bactérias Prevotella foi associado a baixos níveis de nitrito e maior prevalência do gene de risco para Alzheimer, conforme explica.

Limitações e perspectivas para o futuro

Embora os resultados mostram uma correlação entre as bactérias bucais e doenças cerebrais, o estudo não é capaz de estabelecer uma relação de causalidade, ou seja, não pode afirmar que uma bactéria causa a outra condição. Para confirmar essas descobertas, mais pesquisas serão necessárias.

No entanto, os pesquisadores acreditam que estudos futuros podem ajudar a desenvolver uma forma precoce de diagnosticar doenças cognitivas. “No futuro, poderemos coletar amostras da boca durante consultas médicas e analisá-las para indicar precocemente se alguém corre risco de desenvolver doenças associadas à perda de memória”, sugere Anne.

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