Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade George Washington e da Virginia Tech, nos Estados Unidos, revelou uma ligação significativa entre suor excessivo e pele sensível. A pesquisa utilizou modelos de aprendizado de máquina para analisar dados de mais de 600 pessoas com hiperidrose primária — condição caracterizada pela sudorese muito acima do necessário para o resfriamento do corpo.
De acordo com os cientistas, os pacientes com hiperidrose têm maior probabilidade de apresentar sensações como queimação, coceira e rigidez na pele, mesmo em regiões que não apresentam suor excessivo. Os resultados sugerem que a transpiração não é a causa direta da sensibilidade cutânea, mas sim um fator correlato a sinais nervosos anormais que afetam simultaneamente o suor e a resposta da pele a estímulos externos.
“Quanto mais grave a hiperidrose, maior a sensibilidade relatada”, afirmaram os autores. As mãos foram as regiões mais afetadas pela sudorese, e os participantes que relataram ambos os problemas disseram ter reações adversas frequentes ao uso de produtos para pele sensível.
Nova abordagem clínica
A pesquisa abre caminho para novas estratégias de tratamento integradas entre dermatologistas e especialistas em distúrbios do suor. Segundo os autores, entender a relação entre essas duas condições pode melhorar o diagnóstico e o cuidado com os pacientes, além de revelar mecanismos neurológicos e dermatológicos compartilhados que hoje ainda são pouco compreendidos.
A hiperidrose primária afeta milhões de pessoas em todo o mundo, frequentemente causando desconforto físico e impacto emocional. Este estudo destaca a necessidade de uma abordagem mais ampla e empática no atendimento aos pacientes que sofrem tanto com o suor excessivo quanto com a pele sensível.