O uso excessivo de celulares tem sido uma preocupação crescente, especialmente no que diz respeito ao impacto que isso pode ter no desenvolvimento das crianças e adolescentes. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 15.100/25, que proíbe o uso de celulares nas escolas, gerando um debate sobre o vício digital e seus efeitos na saúde mental dos jovens.
O Impacto do Vício em Celular no Desenvolvimento Infantil e Adolescente
O uso constante do celular, sem pausas, pode reforçar o desejo por gratificação imediata, dificultando a habilidade de esperar. Esse comportamento está relacionado ao conceito de FOMO (fear of missing out), ou “medo de ficar de fora”, que se traduz no receio de não acompanhar as atualizações e eventos em tempo real.
Além disso, o excesso de estímulos e a rapidez com que os conteúdos são apresentados nas plataformas digitais podem banalizar as experiências, afetando a atenção das crianças e reduzindo a qualidade do tempo gasto nas redes sociais. Torati explica que as redes sociais utilizam técnicas como conteúdos personalizados, reprodução automática e recompensas imprevisíveis para prender a atenção do usuário. “Essa combinação pode gerar um estado alterado de consciência, semelhante à hipnose, onde o foco intenso e o relaxamento psicológico favorecem a alienação do mundo exterior, resultando em procrastinação e perda da noção de tempo e espaço”, avaliam especialistas..
Celular na Rotina das Crianças: Perdas no Desenvolvimento
De acordo com Especialistas na área, quando a hiperestimulação digital se torna parte da rotina das crianças e adolescentes, eles se distanciam de experiências fundamentais para o seu desenvolvimento, como o contato com a sensação de vazio, o tédio e o surgimento do ócio criativo. “É na ausência do outro e dos estímulos externos que as crianças e os jovens podem aprender a importância de estar sozinhos, de explorar sua capacidade de se entreter consigo mesmos e refletir sobre seus próprios pensamentos”, explica.
eles também ressaltam a responsabilidade dos pais no processo de vício digital. “Muitas vezes, os pais entregam um smartphone à criança para lidar com choros e frustrações, ou por medo de dizer ‘não’. Em alguns lares, um pacto inconsciente é formado, onde os pais não proíbem o uso de dispositivos porque eles próprios são vítimas da dependência digital e não querem perder esse ‘direito'”, afirmam elesi.
Como Identificar o Vício em Celular nas Crianças
Para detectar o vício em celular nos jovens, recomenda-se que os pais estejam atentos às mudanças comportamentais. Sinais como alterações no vocabulário, respostas agressivas diante de frustrações, dificuldades de concentração, hiperfoco, problemas no aprendizado e isolamento social podem indicar que o uso do celular está afetando negativamente a vida da criança ou do adolescente. Quando esses sintomas surgem, é importante que os pais orientem seus filhos sobre os riscos do uso excessivo de redes sociais e interações com desconhecidos. Caso necessário, a busca por ajuda especializada pode ser fundamental para lidar com o problema de forma eficaz.