O sedentarismo é um dos maiores vilões silenciosos da saúde moderna. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ele está relacionado à morte de cerca de 5 milhões de pessoas por ano. Um dado alarmante do relatório mais recente da entidade mostra que um terço dos adultos em todo o mundo não se exercita o suficiente. E o alerta vai além: até 2030, estima-se que 500 milhões de pessoas possam desenvolver doenças crônicas, como problemas cardíacos e obesidade, apenas por falta de atividade física.
No Brasil, a situação é ainda mais preocupante. O país lidera o ranking de sedentarismo na América Latina e ocupa a quinta posição no mundo. Por aqui, aproximadamente 300 mil mortes anuais estão ligadas a doenças associadas à inatividade física. Os números do IBGE reforçam esse quadro: quase metade dos adultos brasileiros são sedentários. Entre os jovens, o índice é ainda mais assustador — 84%.
Os riscos de uma vida parada
Pela definição da OMS, uma pessoa é considerada sedentária se não pratica pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana — algo como 22 minutos por dia. Parece pouco, mas muitos ainda não conseguem atingir essa meta.
“A inatividade física tem efeitos sérios, especialmente ao longo dos anos. É importante entender os riscos e buscar uma rotina mais ativa”, afirma Alex Barros, professor de Fisioterapia da UniSociesc.
Ele ressalta que a falta de exercício não só agrava doenças já existentes, como hipertensão e diabetes, mas também contribui para o surgimento de problemas mais graves em pessoas que, a princípio, pareciam saudáveis. Além das doenças cardiovasculares e metabólicas, o sedentarismo também tem relação direta com questões de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Como dar o primeiro passo rumo a uma vida mais ativa?
Separamos cinco estratégias simples que podem te ajudar a deixar o sedentarismo de lado e criar uma relação mais próxima com o exercício físico. Confira:
1. Comece aos poucos
Não precisa radicalizar. Para deixar de ser sedentário, basta atingir o mínimo recomendado de tempo de exercício na semana. Isso pode ser dividido de várias formas — 22 minutos por dia já fazem diferença. Para quem prefere treinar em dias alternados, três sessões de 50 minutos também funcionam. O importante é manter a frequência.
2. Encontre a atividade que combina com você
Esqueça a ideia de que só a academia é válida. Caminhadas, natação, esportes coletivos, dança, pilates… Há muitas formas de se movimentar. O essencial é encontrar algo que faça sentido para você e encaixe na sua rotina.
3. Respeite seu ritmo
Se você está começando agora, vá devagar. O corpo precisa de tempo para se adaptar a uma nova rotina. Comece com pequenas caminhadas e vá aumentando aos poucos. Forçar demais logo no início pode causar lesões e desmotivação.
4. Priorize a regularidade
Mais importante do que treinar pesado é manter a constância. No início, é comum sentir dores e até vontade de desistir, mas isso passa. Com o tempo, o corpo começa a pedir por aquela atividade, e o exercício vira parte natural do dia a dia.
5. Faça do exercício parte da sua vida
Com a rotina moderna, é fácil se acomodar ao sedentarismo. Mas o corpo humano precisa se movimentar. O exercício ajuda a regular o sono, melhora o humor, fortalece o sistema imunológico e combate doenças. Com o tempo, ele deixa de ser uma obrigação e se torna um verdadeiro aliado do bem-estar.
Pequenas atitudes, grandes mudanças
Vencer o sedentarismo não exige uma revolução. É um processo individual, feito de escolhas diárias. Não é preciso virar atleta nem passar horas na academia. Basta dar o primeiro passo — literalmente.
E como lembra o professor Alex Barros: “Quem não arruma tempo para cuidar da saúde, vai acabar tendo que arrumar tempo para cuidar da doença”.
Fonte: Terra