A Cera de ouvido Que você limpa pode ser a chave Para detectar câncer e alzheimer

Reprodução: PDPics/pixabay

Aquela substância pegajosa que você limpa do ouvido pode ser muito mais importante do que imagina. A cera de ouvido, antes ignorada pela ciência, agora é vista como uma poderosa ferramenta para detectar doenças graves.

Pesquisas recentes revelam que o cerume pode indicar desde diabetes até câncer, Parkinson e Alzheimer, abrindo novas portas para diagnósticos precoces.

Além de proteger o ouvido, a cera carrega informações valiosas sobre o metabolismo. Cientistas já estudam seu uso para identificar até mesmo Covid-19 e problemas cardíacos, tornando-a uma aliada surpreendente da medicina.

Do que é feita a cera de ouvido?

O cerume, nome científico da cera, é produzido por duas glândulas no ouvido: a ceruminosa e a sebácea. Ele se mistura com pele morta, cabelos e outros resíduos, formando a substância que conhecemos.

Existem dois tipos de cera: a molhada, alaranjada e pegajosa, e a seca, acinzentada e menos grudenta. Enquanto a primeira é comum em descendentes de africanos e europeus, 95% dos asiáticos orientais produzem a versão seca.

Como a cera pode detectar doenças?

Nelson Roberto Antoniosi Filho, professor da Universidade Federal de Goiás, descobriu que o cerume revela mais sobre o metabolismo que sangue e suor. “Muitas doenças são metabólicas”, explica.

Quando o metabolismo falha, a produção de substâncias muda. Isso deixa “marcas” na cera, que podem indicar diabetes, Parkinson, Alzheimer e até câncer. Até a rara doença da urina em xarope de ácer altera o cerume.

Quais doenças já podem ser identificadas?

Além de problemas metabólicos, estudos apontam que a cera pode ajudar a detectar Covid-19 e doenças cardíacas ligadas ao acúmulo de gordura no sangue. O potencial é enorme.

“A mitocôndria funciona de maneira diferente em doenças metabólicas”, diz Antoniosi. Essas alterações ficam registradas na cera, que se torna um “arquivo” da saúde do paciente.

Por que a cera é melhor que outros exames?

Diferente do sangue, a cera acumula informações por semanas. Isso permite analisar mudanças metabólicas ao longo do tempo, não apenas no momento da coleta.

Além disso, a coleta é não invasiva e barata. Basta um cotonete especial para coletar amostras, tornando o método acessível para diagnósticos em larga escala.

O futuro dos diagnósticos pelo cerume

Cientistas buscam desenvolver testes rápidos baseados na cera. A ideia é que, no futuro, um simples exame no ouvido possa substituir análises de sangue complexas.

Enquanto isso, pesquisas continuam para validar a eficácia do método. O que era visto como nojento pode se tornar uma revolução na medicina preventiva.

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