A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou, neste mês de maio, um novo ciclo do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para). A ação, realizada em parceria com estados, municípios e o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais, prevê a coleta de 3.505 amostras de 13 alimentos até dezembro.
As amostras serão recolhidas em pontos de venda varejista — como supermercados e sacolões — em 25 estados e no Distrito Federal. A lista de alimentos monitorados inclui: abacaxi, amendoim, batata, brócolis, café em pó, feijão, laranja, farinha de mandioca, maracujá, morango, quiabo, repolho e farinha de trigo.
Segundo a Anvisa, este é o terceiro ciclo do Plano Plurianual 2023–2025, que prevê a análise de 36 alimentos responsáveis por cerca de 80% do consumo nacional de produtos de origem vegetal.
Objetivo é proteger o consumidor
Criado em 2001, o programa tem como principal objetivo monitorar os resíduos de agrotóxicos presentes em alimentos in natura ou processados consumidos pela população brasileira. A proposta é detectar possíveis irregularidades e riscos à saúde pública, além de subsidiar medidas regulatórias e ações de fiscalização.
A coleta dos produtos é realizada semanalmente pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais em pontos de comercialização com maior fluxo de consumidores. A metodologia busca garantir que as amostras reflitam o que, de fato, está sendo consumido pela população.
Análise envolve mais de 300 agrotóxicos
Atualmente, o programa analisa a presença de mais de 300 tipos de agrotóxicos em alimentos. Desde sua criação, mais de 45 mil amostras já foram analisadas. A seleção dos alimentos segue critérios baseados na dieta básica do brasileiro, conforme dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE.
Os resultados do monitoramento permitem o mapeamento de situações de risco e orientam políticas públicas de segurança alimentar. Quando são identificadas inconformidades, a Anvisa pode adotar medidas que vão desde notificações aos responsáveis até a restrição do uso de determinadas substâncias.
