Após transplante raro de mãos, croata de 29 anos volta a usar o celular: “Me sinto inteiro novamente”

Reprodução/Facebook/svjetlana.krizanac.9

Aos 29 anos, o estudante croata Luka Krizanac vive uma experiência que para muitos parece corriqueira: digitar no celular. A atividade, simples para a maioria das pessoas, representa uma conquista imensa para ele, que passou a maior parte da vida sem as mãos.

Luka perdeu parcialmente as mãos e os pés aos 12 anos, após uma infecção respiratória grave evoluir para sepse. A condição causou necrose nos membros, e os médicos precisaram realizar amputações para salvar sua vida.

Décadas depois, em janeiro deste ano, ele se submeteu a um raro e complexo transplante duplo de mãos, realizado no hospital Penn Medicine, nos Estados Unidos. Desde então, ele tem passado por sessões intensivas de fisioterapia e já começa a recuperar os movimentos. “Sinto um profundo sentimento de ser inteiro novamente, como humano”, disse Luka em entrevista.

Procedimento raro e de alta complexidade

Transplantes de mãos são extremamente raros — menos de 200 já foram feitos em todo o mundo. O procedimento envolve inúmeros desafios, desde a compatibilidade do doador até o risco de infecções e rejeição dos membros transplantados.

No caso de Luka, a cirurgia durou cerca de 12 horas e contou com uma equipe de mais de 20 profissionais. Foram meses de preparação e ensaios prévios para garantir o sucesso da operação, que exige conexão precisa de nervos, vasos sanguíneos, tendões, músculos e ossos.

Apesar da circulação sanguínea ter sido restabelecida rapidamente, a recuperação dos nervos segue um ritmo mais lento. Com o apoio da fisioterapia e o uso de medicamentos imunossupressores, Luka já consegue realizar algumas tarefas com as novas mãos.

Reaprendendo a viver com autonomia

Luka também vive sem os pés, mas afirma que a adaptação com próteses é mais simples do que lidar com a ausência das mãos. Ao longo dos anos, ele contou com o apoio da família e amigos, mas o desejo por independência sempre falou mais alto.

O sonho do transplante começou a ser planejado em 2018, mas precisou ser adiado pela pandemia e por problemas de saúde que colocavam em risco a cirurgia. A oportunidade finalmente surgiu neste ano, quando um doador compatível apareceu, com mesmo tipo sanguíneo, tom de pele, gênero e proporções físicas semelhantes.

Agora, com duas mãos novas e funcionais, Luka projeta o futuro com otimismo. “Quero tirar minha carteira de motorista, cuidar da minha própria vida. Agora tenho duas mãos saudáveis. É apenas uma questão de tempo.”

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