Blush permanente: conheça os riscos e cuidados com a técnica estética

Reprodução: Foto/terra

O blush permanente, realizado por meio da técnica de micropigmentação, tem se tornado uma opção para quem deseja bochechas coradas de forma duradoura, simulando o efeito do blush tradicional. No entanto, embora a prática ofereça praticidade, ela apresenta uma série de riscos à saúde, alertam especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP).

De acordo com a dermatologista Mackerley, a micropigmentação, que consiste na aplicação de pigmentos rosados ou pêssego na camada superficial da pele, visa proporcionar um tom duradouro, sem a necessidade de retoques frequentes. “O objetivo é simular a cor das bochechas, proporcionando um efeito natural de blush, semelhante ao que se tem com o produto tradicional”.

Entretanto, a técnica, que é semelhante a uma tatuagem, traz consigo riscos consideráveis. A SBD-RESP alerta que os principais problemas incluem alteração de cor ao longo do tempo, dificuldade de remoção, cicatrização inadequada, assimetria no resultado e até o desenvolvimento de queloides. Além disso, o procedimento pode gerar inflamação prolongada e dor intensa.

A dermatologista Sylvia, também membro da SBD-RESP, ressalta que a decisão de realizar procedimentos com resultados definitivos deve ser bem ponderada. “Se as expectativas não forem alcançadas ou houver arrependimento, a remoção do pigmento é uma opção, mas o processo é sempre doloroso e pode trazer resultados variáveis, com impacto emocional. Dependendo do tipo de pigmento usado, o processo de remoção pode, inclusive, alterar a coloração da pele”.

A técnica e os cuidados necessários

O blush permanente é aplicado utilizando um dispositivo chamado dermógrafo, que realiza microlesões na pele para inserir os pigmentos. “Essa técnica é similar à micropigmentação de sobrancelhas, mas com foco nas bochechas”, esclarece a dermatologista Raquel.

O procedimento é ideal para pessoas que buscam um efeito de bochechas naturalmente coradas, proporcionando um aspecto de “pele saudável” sem a necessidade de retoques constantes. No entanto, os especialistas recomendam cautela, já que a maquiagem tradicional não oferece os mesmos riscos do blush permanente. “A aplicação de blush convencional não é difícil, permite seguir tendências e não envolve os riscos de uma técnica definitiva”, pondera Sylvia.

Além disso, o blush permanente não deve ser realizado em peles comprometidas ou em pessoas com doenças de pele pré-existentes, como acne ou rosácea. “Indivíduos com problemas inflamatórios ativos, pele sensível ou com histórico de cicatrização ruim podem ter reações adversas, como o agravamento dessas condições. Existe também o risco de reativação de infecções, como o herpes, e até mesmo rejeição ao pigmento”, adverte Raquel.

Gestantes, lactantes, pessoas com lesões na pele ou com tendência a formar cicatrizes queloideanas também devem evitar o procedimento.

Precauções antes e após a micropigmentação

Mackerley destaca a importância de escolher um profissional qualificado para realizar o procedimento. “É fundamental verificar a experiência do profissional, ler as avaliações de outros pacientes e garantir que ele use materiais descartáveis e esterilizados”, afirma. Além disso, a dermatologista recomenda que o paciente evite medicamentos anticoagulantes e anti-inflamatórios, como aspirina e ibuprofeno, que aumentam o risco de sangramentos. A pele deve ser bem hidratada antes do procedimento para garantir a fixação do pigmento.

Após o procedimento, é essencial seguir algumas orientações para evitar complicações. O paciente deve evitar a exposição ao sol, o uso de maquiagem na região, bem como a entrada em piscinas, saunas e no mar por 15 dias. Além disso, é importante não manipular as crostas que podem se formar.

Remoção do blush permanente

Se, por algum motivo, o paciente desejar remover o blush permanente, a SBD-RESP sugere o uso do tratamento a laser, considerado o mais eficaz para a remoção de micropigmentação. O processo utiliza fototermólise seletiva para quebrar o pigmento. A quantidade de sessões necessárias vai depender de fatores como a cor, o tamanho, a profundidade da micropigmentação e até a idade do procedimento.

Embora eficaz, a remoção a laser pode causar desconforto, sendo necessário o uso de anestésico local. Após cada sessão, recomenda-se o uso de bolsas de gelo e protetor solar.

Por fim, especialistas enfatizam a importância de refletir sobre os riscos antes de optar por um procedimento estético definitivo, como o blush permanente, e sempre priorizar a segurança e o bem-estar da pele.

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