Caminhada na avenida paulista conscientiza sobre epilepsia e aponta desafios no tratamento

Reprodução: Foto/ Agência Brasil

Neste último domingo (30/03), a Avenida Paulista se tornou palco da Caminhada pela Epilepsia, um evento que encerra o Março Roxo, mês dedicado à conscientização sobre a epilepsia. A data coincide com o Purple Day (Dia Internacional da Conscientização sobre a Epilepsia), celebrado na última quarta-feira (26/03), que visa aumentar o conhecimento sobre a doença e combater o estigma que a cerca.

Epilepsia no Brasil: estima-se que 3 milhões de pessoas sejam afetadas

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2 milhões e 3 milhões de brasileiros são diagnosticados com epilepsia, um distúrbio neurológico que afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo. A epilepsia é caracterizada por crises recorrentes originadas por descargas elétricas anormais no cérebro, que alteram temporariamente o seu funcionamento.

O Ministério da Saúde explica que as crises de epilepsia exigem cuidados imediatos. Durante uma crise, é importante garantir que a pessoa esteja em um local seguro, deitada de costas, com a cabeça protegida, e sem obstáculos ao seu redor. Não se deve impedir os movimentos da pessoa, mas retirar objetos que possam causar lesões. As orientações completas podem ser consultadas nas diretrizes do Ministério da Saúde.

Acesso ao tratamento: O papel do sus

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para os pacientes com epilepsia, desde o diagnóstico até o acompanhamento médico e a medicação necessária. Inicialmente, o tratamento ocorre nas unidades básicas de saúde (UBS), e, caso haja necessidade, o paciente é encaminhado para atendimentos especializados em níveis mais complexos.

Para muitos pacientes, o tratamento no SUS tem sido essencial. Eraldo Olímpio, pai de um menino com epilepsia, ressaltou a importância da marcha, que serve como um alerta para a escassez de medicamentos nas unidades de saúde. “Quando meu filho foi diagnosticado, foi um choque, mas ele não tem crises há dois anos. Contudo, precisamos de vigilância constante”, destacou.

Desafios no acesso aos medicamentos

Menandra Santana Véter, outra mãe de criança com epilepsia, compartilhou sua experiência sobre a dificuldade em obter os medicamentos nas UBS. “O remédio até existe nas unidades, mas às vezes falta. É necessário percorrer várias UBS em busca do medicamento. Muitas vezes é a avó do meu filho quem sai à procura”, contou. Essa realidade destaca um dos grandes desafios no tratamento da epilepsia: a falta de recursos e de medicamentos essenciais.

A luta pelos cuidadores e por mais conquistas

Nívia Collin, uma das organizadoras da caminhada, enfatizou a importância de se pensar também nos cuidadores das pessoas com epilepsia. “Dependendo do tipo de epilepsia, o cuidado precisa ser em tempo integral. É essencial lutarmos não só pelos pacientes, mas também para melhorar as condições de quem cuida deles”, afirmou. Ela também defendeu a criação de centros especializados em epilepsia em todas as cidades, e não apenas nos grandes centros urbanos como São Paulo, para garantir tratamento de qualidade para todos.

Nívia também destacou a necessidade urgente de maior visibilidade para a doença. “O desconhecimento sobre a epilepsia é muito grande. Precisamos de mais divulgação, seja em novelas, cinema ou outras mídias, para que as pessoas saibam como agir durante uma crise”, sugeriu.

Purple Day: Um movimento global pela conscientização

O Purple Day é uma iniciativa global que busca expandir a compreensão sobre a epilepsia, promovendo uma maior aceitação e combatendo os preconceitos. A caminhada na Avenida Paulista é organizada pela Associação Brasileira de Pacientes com Epilepsia (ABE), que busca sensibilizar a sociedade sobre a importância do apoio e do tratamento adequado para aqueles que convivem com a doença.

O evento, que reuniu pacientes, familiares e apoiadores, é um lembrete de que, apesar dos desafios no acesso ao tratamento e da falta de recursos, a conscientização é uma ferramenta poderosa na luta contra a epilepsia e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Fonte: Agência Brasil

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