Além de ser uma prática simples e acessível, caminhar pode ter um impacto direto na saúde mental. Um estudo publicado no periódico científico JAMA mostra que dar mais de 7 mil passos por dia está associado a um risco 31% menor de desenvolver sintomas de depressão.
A pesquisa analisou dados de 33 estudos observacionais com mais de 96 mil adultos, com idades entre 18 e 91 anos, e identificou uma relação direta entre o aumento da quantidade diária de passos e a redução de sintomas depressivos. Para cada mil passos adicionais dados acima dos 7 mil, o risco de depressão cai cerca de 9%. Já entre quem caminha menos de 5 mil passos por dia, os benefícios foram mais limitados.
Segundo especialistas, a principal novidade dessa pesquisa é o foco na contagem de passos como indicador de atividade física — algo mais prático e fácil de acompanhar no dia a dia. “A ciência já reconhece que o exercício físico melhora a saúde mental, mas este estudo reforça que a intensidade não precisa ser alta: caminhar mais já faz diferença significativa”, explicou um especialista brasileiro.
O efeito positivo da caminhada sobre o humor pode ser explicado por alterações fisiológicas e psicológicas no corpo. Atividades físicas como a caminhada aumentam a produção de serotonina e dopamina — neurotransmissores relacionados à sensação de bem-estar — e reduzem o cortisol, hormônio ligado ao estresse. Além disso, o exercício ajuda a melhorar a qualidade do sono, fator importante para manter o equilíbrio emocional.
Outros benefícios incluem aumento da autoestima, sensação de conquista e maior interação social, todos considerados fatores que protegem contra a depressão. Para os pesquisadores, estabelecer metas diárias de passos pode ser uma estratégia de saúde pública eficiente e acessível para prevenir transtornos mentais.
E o mais importante: não é preciso atingir os 7 mil passos de uma vez. Qualquer movimento é válido, especialmente para quem está saindo do sedentarismo ou enfrenta limitações físicas. Além da caminhada, outras atividades como exercícios aeróbicos, musculação e práticas como ioga ou tai chi chuan também contribuem para a saúde emocional.