Diante da crescente preocupação com a disseminação da gripe aviária (H5N1), pelo menos 20 vacinas contra o vírus já receberam aprovação para uso em diversos países ao redor do mundo. Nações como Estados Unidos, China e membros da União Europeia já possuem imunizantes licenciados, e a Finlândia iniciou um programa de vacinação para grupos de risco. No Brasil, o Instituto Butantan aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar início aos testes em humanos de uma vacina nacional.
A mobilização internacional para o desenvolvimento e aprovação de vacinas reflete a urgência em encontrar ferramentas eficazes para conter o avanço do H5N1, que tem gerado impactos na avicultura e levantado alertas para a saúde pública. Os imunizantes aprovados globalmente representam um passo significativo na preparação para possíveis surtos, complementando as medidas de biosseguridade e vigilância sanitária já em vigor.
No Brasil, a expectativa se volta para o Instituto Butantan, que iniciou as pesquisas para uma vacina contra a gripe aviária no começo de 2023. A instituição aguarda o sinal verde da Anvisa para avançar para a fase de estudos clínicos, que prevê a participação de 700 voluntários. Segundo informações, a Anvisa está tratando a análise do pedido do Butantan com prioridade.
Especialistas apontam que, embora a aprovação de vacinas seja um avanço, ainda existem desafios, como a necessidade de mais dados sobre a segurança e eficácia dos imunizantes em grupos específicos, como gestantes, lactantes e indivíduos com comorbidades. Algumas das vacinas já desenvolvidas demonstraram eficácia contra variantes do vírus H5N1, como o clado 2.3.4.4b, detectado em aves e, mais recentemente, em bovinos em alguns países.
A situação da gripe aviária no Brasil requer atenção. Recentemente, o país registrou o primeiro caso de H5N1 em uma granja comercial na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O evento levou à implementação de medidas de controle, incluindo o sacrifício de aves e o reforço das barreiras sanitárias na região. Apesar disso, autoridades de saúde e agricultura reforçam que o consumo de carne de frango e ovos devidamente cozidos permanece seguro.
O Ministério da Saúde brasileiro informou possuir um plano de contingência para a gripe aviária, visando preparar o país para diferentes cenários e proteger a população. A vacinação, caso aprovada e implementada, seria uma ferramenta adicional importante nesse esforço.