“Eu tinha uma chance em 20 mil de encontrar um doador”. Foi com essa estatística desoladora que o empresário Amit Gupta encarou seu diagnóstico de leucemia aguda em 2011. A chance remota não se devia à raridade da doença, mas à sua herança genética. Sendo descendente de sul-asiáticos, a representação de doadores compatíveis no banco mundial de medula óssea era perigosamente baixa.
Para um paciente de origem europeia, a busca seria mais simples. Para Amit, era um desafio monumental. Mas em vez de aguardar passivamente por um milagre, ele decidiu lutar contra as probabilidades.
“Em vez de apenas esperar, meus amigos e eu lançamos uma campanha para conseguir que mais sul-asiáticos se inscrevessem como doadores”, relata Gupta. A iniciativa se tornou um movimento global nas redes sociais, não apenas para encontrar um doador para ele, mas para expor e combater a grave falta de diversidade nos registros de doadores.
A campanha viralizou, e milhares de pessoas de minorias étnicas se cadastraram, aumentando a esperança para inúmeros pacientes. E então, aconteceu. “Milagrosamente, um doador 100% compatível foi encontrado”, conta Amit. Era um homem anônimo, que vivia do outro lado do mundo.
O transplante foi um sucesso. Após o período de sigilo de dois anos exigido por lei, o encontro que parecia um sonho pôde acontecer. Amit finalmente conheceu Kiran, o jovem que viajou para doar suas células-tronco e lhe dar uma nova chance.
O momento foi indescritível para Amit. “Foi uma das experiências mais importantes da minha vida”, afirma ele, emocionado. O encontro deixou uma reflexão que resume toda a sua jornada de gratidão.
“Como você agradece à pessoa que salvou sua vida?”, questiona Amit.