O diabetes mellitus é uma das condições de saúde mais comuns no Brasil, afetando mais de 20 milhões de pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Além disso, a Federação Internacional de Diabetes coloca o Brasil em 6º lugar no ranking global de países com maior número de diabéticos.
Embora o consumo excessivo de açúcar seja frequentemente associado à doença, as causas do diabetes vão muito além da ingestão de doces. Uma combinação complexa de fatores genéticos, metabólicos e de estilo de vida contribui para o desenvolvimento do diabetes, dependendo do tipo da doença.
A Relação entre Açúcar e Diabetes
A médica especialista explica que, embora o consumo excessivo de açúcar possa influenciar o diabetes tipo 2, o quadro é mais complexo. A doença surge devido a um desequilíbrio na produção ou ação da insulina, hormônio responsável por controlar os níveis de glicose no sangue.
- Tipo 1: A insulina é insuficiente devido à destruição autoimune das células do pâncreas.
- Tipo 2: O corpo se torna resistente à insulina, ou sua produção é insuficiente. O excesso de açúcar pode contribuir para a resistência à insulina, especialmente devido ao ganho de peso e obesidade, que são fatores de risco principais.
Principais Tipos de Diabetes
Entender os diferentes tipos de diabetes é essencial para o diagnóstico e manejo da condição:
- Diabetes Tipo 1: Comumente diagnosticado na infância ou adolescência, é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina.
- Diabetes Tipo 2: Representa 90% dos casos de diabetes no Brasil e é mais comum em adultos, mas vem aumentando entre os jovens. O corpo se torna resistente à insulina ou não a produz adequadamente.
- Diabetes Gestacional: Ocorre durante a gravidez e tende a desaparecer após o parto, mas aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro, tanto para a mãe quanto para o bebê.
- Pré-diabetes: Quando os níveis de glicose estão acima do normal, mas não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes. A condição é um sinal de alerta e costuma ser associada à obesidade, hipertensão e alterações nos níveis de lipídios.
Fatores de Risco para Diabetes Tipo 2
Diversos fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, especialmente aqueles relacionados ao ganho de peso e resistência à insulina:
- Obesidade
- Sedentarismo
- Dieta rica em ultraprocessados e carboidratos simples
- Histórico familiar de diabetes
- Idade avançada
- Pressão alta e colesterol alterado
- Síndrome do ovário policístico (para mulheres)
Causas do Diabetes
Enquanto o diabetes tipo 2 está fortemente relacionado ao estilo de vida, o tipo 1 é uma condição autoimune, sem uma causa totalmente compreendida. A genética desempenha um papel importante, mas fatores ambientais, como infecções virais, também podem estar envolvidos.
A predisposição hereditária é significativa, mas não é determinante. Quem tem familiares com diabetes tem maior risco, mas o estilo de vida, incluindo a alimentação, é crucial para a prevenção e controle da doença.
Quanto à dieta, o consumo de alimentos ultraprocessados — ricos em gorduras trans, carboidratos refinados e sódio — é um fator de risco, além de uma dieta pobre em fibras, frutas, verduras e grãos integrais. O estilo de vida moderno, com estresse constante e noites mal dormidas, também influencia negativamente, pois o estresse e a privação de sono afetam a produção de insulina e aumentam a resistência à sua ação.
Sintomas do Diabetes Tipo 1
Reconhecer os sinais do diabetes é fundamental para um diagnóstico precoce. Os sintomas típicos do diabetes tipo 1 incluem:
- Sensação de fome intensa e recorrente
- Sede persistente
- Necessidade frequente de urinar
- Emagrecimento inexplicado
- Sensação de fraqueza generalizada
- Cansaço excessivo
- Alterações no humor
- Enjoos e vômitos
Importância do Diagnóstico Precoce
Ficar atento aos sinais do corpo é essencial para detectar o diabetes precocemente. O diagnóstico precoce pode evitar complicações mais graves, como problemas cardíacos, renais e de visão. A gestão da doença envolve mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, prática regular de atividades físicas e, quando necessário, o uso de medicamentos para controlar os níveis de glicose no sangue.