Em um hospital no estado do Kentucky, nos Estados Unidos, uma família se despedia de Anthony Thomas “TJ” Hoover II. Após ser declarado com morte cerebral em decorrência de uma parada cardíaca, os preparativos para a doação de seus órgãos, um desejo que ele havia registrado em vida, foram iniciados.
Contudo, o que deveria ser um procedimento para salvar outras vidas se transformou em um cenário de choque e incredulidade. No centro cirúrgico, momentos antes do início da remoção dos órgãos, TJ Hoover começou a dar sinais de vida.
“Ele estava visivelmente chorando”
Natasha Miller, uma profissional da equipe de preservação de órgãos que estava na sala, percebeu que algo estava errado. O paciente, que deveria estar sem nenhuma função cerebral, se movia na maca.
“Ele estava se movendo, meio que se debatendo. Quando fomos até lá, dava para ver que ele tinha lágrimas escorrendo. Ele estava chorando visivelmente”, relatou Miller em uma entrevista à rádio pública americana NPR.
O pânico tomou conta da sala. O cirurgião encarregado se recusou a continuar com o procedimento. “Foi muito caótico. Todo mundo ficou muito chateado”, relembrou a profissional.
A família, que já estava em luto, foi lançada em um misto de alívio e revolta. Donna Rhorer, irmã de TJ, expressou o sentimento de ter sido enganada.
“Eu realmente estou com raiva. Me sinto traída pelo fato de que as pessoas nos disseram que ele teve morte cerebral, e depois ele acordou”, desabafou Donna. “Eles estão tentando brincar de Deus”.
O procedimento foi cancelado, e TJ Hoover sobreviveu. Hoje, ele vive sob os cuidados da irmã, mas com sequelas significativas na fala, memória e locomoção. O caso gerou uma investigação oficial nos Estados Unidos e levantou um debate urgente sobre a segurança e a precisão dos protocolos que definem a morte de um paciente e autorizam a doação de órgãos.
Fonte: Metrópoles
