Diagnosticado com Alzheimer aos 41 anos, professor relata sintoma comum que ignorou por meses

Reprodução/Youtube/ I (don’t) have dementia

Aos 41 anos, o professor e pesquisador australiano Fraser recebeu um diagnóstico que, em geral, é associado ao envelhecimento: doença de Alzheimer. Pai de duas adolescentes, ele decidiu transformar sua jornada em conteúdo educativo e emocional, compartilhando a experiência no YouTube, em um canal chamado “I (don’t) have dementia” (“Eu (não) tenho demência”).

Entre vídeos informativos e desabafos emocionantes, Fraser descreve os primeiros sinais da doença — que começaram dois anos antes do diagnóstico — e alerta para sintomas que ele ignorou inicialmente. Em um dos relatos, ele conta que assistiu a um filme inteiro sem se lembrar de já tê-lo visto com a parceira, apenas um mês antes.

“Assisti ao filme inteiro e o final ainda foi uma surpresa completa. Não me lembrava de tê-lo assistido, de forma alguma”, revelou no canal.

Outro episódio marcante envolveu uma das filhas: ele entrou em pânico ao perceber que ela não estava em casa, esquecendo que ela havia avisado sobre um passeio com amigos.

“Eu comecei a surtar pensando: ‘Cadê minha filha?’. Estava desesperado, mesmo tendo sido avisado antes”, contou.

Esses eventos levaram Fraser a procurar ajuda médica. Após exames clínicos e neuropsicológicos, veio a confirmação: Alzheimer de início precoce, condição rara que representa menos de 5% dos casos da doença no mundo.

O que é o Alzheimer precoce?

A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente a memória e funções cognitivas como orientação, linguagem e julgamento. Embora geralmente se manifeste após os 60 anos, em casos raros pode surgir antes dos 65 — como aconteceu com Fraser.

Os primeiros sinais costumam ser sutis:

  • Perda de memória recente
  • Dificuldade para reter novas informações
  • Confusão com horários ou locais
  • Alterações de humor e comportamento

Com o tempo, a progressão pode comprometer a autonomia e as interações sociais do paciente.

O impacto emocional do diagnóstico

Para lidar com a perda de memória e confusões diárias, Fraser adotou o uso de um diário de anotações, onde registra planos, atividades e recados importantes. Ainda assim, afirma que o impacto mais profundo é emocional, especialmente em relação às filhas.

“O pai deveria ser aquele que dá apoio e está presente para os filhos. Mas elas já estão tendo que se adaptar. Você se sente culpado por fazer isso com as crianças, mesmo que não seja sua culpa”, desabafa.

Fraser também relata que, em momentos de confusão mental, sente que perde a própria identidade. Os sintomas vêm e vão, e a instabilidade interfere tanto na rotina quanto na autoestima.

Consciência, apoio e visibilidade

Apesar do diagnóstico precoce e dos desafios diários, Fraser tem usado sua história para conscientizar o público sobre sinais ignorados da doença e os efeitos menos conhecidos do Alzheimer em pessoas jovens. Seus vídeos tratam de forma franca e sensível não apenas os aspectos clínicos, mas também o estigma, o luto antecipado e a importância do apoio familiar e comunitário.

Fonte: Metrópoles

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