Com a chegada do inverno e a crescente circulação de vírus respiratórios, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de mais R$50 milhões para reforçar o atendimento a adultos com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi publicada nesta quinta-feira (12) no Diário Oficial da União e busca aliviar a pressão sobre os serviços de saúde.
A nova verba se soma aos R$100 milhões já liberados em maio para o atendimento de crianças internadas com doenças respiratórias, elevando o total de recursos emergenciais para R$150 milhões. Estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram os primeiros a receber o incentivo, com repasses de R$28,5 milhões para custeio de leitos pediátricos.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a vacinação contra a gripe continua sendo a principal estratégia para evitar hospitalizações. “É fundamental que estados e municípios intensifiquem a imunização, especialmente entre crianças, idosos e gestantes, que são os mais vulneráveis neste período”, destacou.
Vacinação segue disponível em todo o país
A campanha nacional de vacinação contra a gripe foi iniciada em abril e segue ativa. Até o momento, mais de 65 milhões de doses foram distribuídas, mas a cobertura vacinal entre os grupos prioritários ainda é considerada baixa: apenas 38,43% das gestantes, crianças e idosos foram imunizados até o dia 12 de junho, com cerca de 36,4 milhões de doses aplicadas.
Para ampliar a proteção, o Ministério da Saúde orienta que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) vacinem todas as pessoas que buscarem atendimento, desde que haja doses disponíveis e com base na situação epidemiológica de cada região. No Norte do país, onde os vírus circulam em outro período, a vacinação acontece no segundo semestre.
Além da vacina, outras medidas preventivas são essenciais, como lavar bem as mãos, evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e procurar atendimento médico ao surgirem sintomas gripais. Gestantes vacinadas também ajudam a proteger os recém-nascidos, que ainda não podem receber a imunização diretamente.
Casos em alta e cenário preocupante
Dados da Vigilância das Síndromes Gripais mostram que, de janeiro a maio deste ano, o Brasil já registrou 82.201 casos e 4.126 mortes por SRAG. Vinte e cinco estados apresentam altos índices da síndrome, com destaque para a circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por 42% dos casos recentes e 12% das mortes. A gripe Influenza, por sua vez, causou 37% dos casos e foi responsável por 69% dos óbitos.
Enquanto os casos de SRAG por VSR mostram tendência de queda, os registros ligados à Influenza seguem aumentando, o que acende o alerta para a necessidade de vacinação em massa antes que o pico da doença se intensifique.