A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, mas muitas ainda desconhecem seus sinais. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada dez mulheres sofre com a doença sem saber. Entre 2022 e 2024, os atendimentos relacionados ao diagnóstico da endometriose na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) cresceram 76,2%, evidenciando a necessidade de maior conscientização sobre o problema.
O que é a endometriose?
A endometriose ocorre quando um tecido semelhante ao endométrio, que reveste o útero, cresce fora dele. Esse tecido pode afetar órgãos como ovários, trompas, intestino e bexiga, causando inflamação, dor intensa e até infertilidade. A doença pode se manifestar desde a primeira menstruação até a menopausa, abrangendo mulheres de diferentes faixas etárias, geralmente entre 10 e 55 anos.
Segundo a ginecologista Priscila, fatores genéticos são determinantes no desenvolvimento da doença, mas o estilo de vida também pode influenciar a progressão dos sintomas.
Sintomas de alerta
Os principais sintomas da endometriose incluem:
- Cólicas menstruais intensas e incapacitantes;
- Dor durante as relações sexuais;
- Dor pélvica crônica;
- Dificuldade para engravidar;
- Sangramentos irregulares;
- Dor ao urinar ou evacuar, especialmente durante o período menstrual.
Diagnóstico tardio e seus impactos
Muitas mulheres levam anos para obter um diagnóstico correto, já que os sintomas da endometriose são frequentemente ignorados ou considerados normais. Em média, a confirmação da doença pode levar até nove anos. “A ideia de que sentir dor intensa na menstruação é normal atrasa a busca por atendimento. Se uma mulher precisa faltar ao trabalho ou à escola devido à dor, isso já é um sinal de alerta”, alerta a especialista.
O diagnóstico pode ser feito por meio de consulta ginecológica e exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética. “Com o avanço da tecnologia, é possível identificar a doença mais cedo e oferecer opções de tratamento mais eficazes”, explica a especialista.
Impactos na vida da mulher
A endometriose pode comprometer diversos aspectos da vida da paciente, desde a produtividade no trabalho até a saúde emocional. “As dores constantes e a dificuldade de engravidar impactam significativamente a qualidade de vida”, destaca a médica.
Embora a doença nem sempre leve à infertilidade, ela pode dificultar a gestação devido às aderências e inflamações que afetam os ovários e trompas de falópio.
Tratamento e qualidade de vida
Não há cura para a endometriose, mas o tratamento ajuda a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pacientes. As abordagens incluem medicamentos hormonais, fisioterapia e, em casos mais graves, cirurgia.
O reconhecimento precoce dos sintomas e o acompanhamento com um especialista são essenciais para minimizar os impactos da doença e garantir um tratamento adequado.