Foi aprovado nos Estados Unidos o primeiro exame de sangue com finalidade diagnóstica para a doença de Alzheimer. O teste mede a proporção de duas proteínas específicas associadas à condição e pode facilitar a identificação precoce, ampliando o acesso ao tratamento e possibilitando melhores desfechos clínicos.
Desenvolvido por uma empresa de biotecnologia, o exame é indicado para adultos com 55 anos ou mais que apresentem sintomas sugestivos da doença. A autorização foi concedida pela agência reguladora do país na última sexta-feira (16/05), marcando um avanço importante na detecção precoce da enfermidade.
Diagnóstico mais acessível e menos invasivo
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, caracterizada pela perda gradual da memória e das capacidades cognitivas. Um dos sinais biológicos da condição é o acúmulo de placas amiloides no cérebro, que pode ocorrer anos antes do surgimento dos primeiros sintomas.
Atualmente, a confirmação dessas placas costuma ser feita por meio de tomografia por emissão de pósitrons (PET) ou punção lombar — métodos considerados caros, demorados e, em alguns casos, desconfortáveis ou invasivos.
O novo exame de sangue oferece uma alternativa mais simples, rápida e segura. Ele mede os níveis de duas proteínas presentes no plasma humano — a pTau217 e a β-amiloide 1-42 — e, com base na razão entre elas, indica a provável presença das placas cerebrais.
Alta taxa de precisão
Durante os estudos clínicos, o teste demonstrou elevada precisão diagnóstica. Entre os participantes com resultado positivo no exame de sangue, 91,7% também tiveram placas amiloides identificadas por métodos tradicionais (PET ou punção lombar). Já entre os que testaram negativo, 97,3% não apresentaram evidências da doença nos exames complementares.