Exame ocular criado por brasileiro detecta sinais de autismo em apenas 15 minutos

Reprodução: senivpetro/freepik

Um novo exame ocular, recém-aprovado nos Estados Unidos, promete transformar o diagnóstico precoce do autismo. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade Emory, o teste usa tecnologia de rastreamento dos olhos para identificar sinais do transtorno do espectro autista (TEA) em crianças com menos de três anos — e fornece os resultados em apenas 15 minutos.

Batizado de EarliPoint Evaluation, o exame foi criado pelos cientistas Warren Jones e Ami Klin — este último é um neurocientista brasileiro e diretor do Marcus Autism Center, o principal centro de tratamento de autismo dos EUA, em Atlanta. O objetivo é reduzir o tempo até o diagnóstico e ampliar o acesso precoce a terapias essenciais no desenvolvimento infantil.

Como funciona o teste?

Destinado a bebês entre 16 e 30 meses, o exame consiste em assistir a 14 vídeos curtos enquanto câmeras de alta precisão rastreiam o movimento ocular 120 vezes por segundo. O sistema avalia para onde a criança olha e por quanto tempo, identificando padrões de atenção diferentes entre crianças com desenvolvimento típico e aquelas com sinais de autismo.

“Crianças com autismo tendem a olhar menos para rostos e interações humanas e mais para objetos. Com isso, perdem milhares de oportunidades de aprendizado social”, explicou Klin em entrevista à Universidade Emory.

Alta precisão e resultados rápidos

Segundo os pesquisadores, o exame identifica sinais de autismo com precisão em cerca de 80% dos casos, especialmente entre crianças com maiores necessidades de suporte. O custo do equipamento é de aproximadamente US$ 7 mil (cerca de R$ 40 mil), e cada exame sai por US$ 225 (cerca de R$ 1.200). Ainda não há previsão para o início da aplicação no Brasil.

Desigualdade no acesso ao diagnóstico

Além de antecipar diagnósticos, o exame também ajuda a combater desigualdades no acesso ao tratamento. “Mesmo com resultados positivos, muitas famílias não conseguem acesso ao diagnóstico oficial nem aos serviços necessários”, alerta Klin.

O psiquiatra John Constantino, também da Emory, destaca que crianças negras com autismo, por exemplo, são diagnosticadas mais tarde, recebem mais diagnósticos equivocados e têm menor acesso a intervenções terapêuticas — o que impacta diretamente seu desenvolvimento. Segundo ele, cada nove meses de terapia podem representar um ganho de até sete pontos no QI de uma criança com autismo severo.

Fonte: Metrópoles

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